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Debate Nacional na FDC
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O auditório da Faculdade de Direito de Campos (FDC) do Centro Universitário Fluminense (Uniflu) esteve lotado, na noite desta quarta-feira (8), para o debate “Diálogos entre visões de esquerda e direita”, com a mediação do jornalista e diretor de redação da Folha da Manhã, Aluysio Abreu Barbosa, e as participações da cientista social Vanessa Henriques e do jornalista e servidor federal Ricardo André Vasconcelos, representando a corrente política de esquerda, além do bacharel em administração Igor Franco e do advogado e publicitário Gustavo Alejandro Oviedo, com posicionamentos de direita.
O evento contou com grande participação de alunos de direito, além de outros cursos da instituição, professores, advogados e membros da sociedade civil. Da origem dos termos “direita” e “esquerda”, o diálogo foi desenvolvido até a análise do cenário político nacional para a eleição presidencial de 2018, polarizada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto.
- O Bolsonaro lidera as pesquisas no Rio de Janeiro e no Norte do Brasil. São áreas com grande presença da violência. É uma reação das pessoas que estão cansadas do político tradicional. Não há resposta para os problemas e isso é muito perigoso, pois alguém vai ter que responder. E nesses momentos as pessoas tendem a se inclinar para respostas mais extremas. É necessário que a política abra os olhos da população - pontuou Oviedo.
Já Ricardo André destacou a falta de uma opção forte para a esquerda com o possível impedimento de Lula. “Se Lula não puder ser candidato a esquerda tem um grande problema, pois não tem um candidato para substituí-lo. Vemos também o surgimento de possíveis ‘candidatos celebridade’, como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o apresentador de TV Luciano Hulk”, relatou.
Ao analisar o histórico da ditadura militar no Brasil, Igor falou sobre a pouca tradição democrática do país. “O Brasil tem uma tradição autoritária e de golpes. Antes mesmo da ditadura militar, existiu a ditadura de Getúlio Vargas no Estado Novo. E até mesmo durante o militarismo, a esquerda que fazia oposição pregava a chamada ‘ditadura do proletariado’. Esse período teve um sucesso econômico no início, seguido de uma grande dívida internacional que acabou contribuindo para a queda da ditadura também”, comentou.
Vanessa, por sua vez, argumentou que a definição ideológica entre os dois grupos é algo que varia historicamente por se tratar de uma ciência humana. “Os conceitos de esquerda e direita não são rígidos. O que eles representam tem a ver com o momento histórico pelo qual são analisados. Eu sou de esquerda, mas não acho que a discussão seja na ótica da ‘esquerda do bem’ e ‘direita do mal’, da mesma forma como o autoritarismo e a corrupção não são prerrogativas de uma das duas correntes ideológicas”, destacou.
Mediador do encontro e blogueiro do Opiniões, hospedado no Folha1, Aluysio explicou que a discussão sobre o assunto começou após as pesquisas do Datafolha e Ibope, que apontaram a possível polarização. “Após longa pesquisa, nasceu uma série de reportagens no jornal sobre o tema e a discussão também ganhou o blog. Os colaboradores se revezam quinzenalmente para comentar um assunto fixo, escolhido coletivamente. E o tema escolhido foi ‘o avanço da direita no Brasil’”.
O diretor de redação da Folha também destacou a importância do professor e advogado Rafael Crespo, que ajudou a abrir as portas da Faculdade de Direito de Campos para a realização do evento.