Na última quinta-feira (23), o Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) convocou os profissionais lotados na rede pública municipal para uma assembleia geral extraordinária da entidade, marcada para a próxima terça-feira (28), às 19h, em primeira convocação, e às 19h30, em segunda convocação, no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia. Em pauta, a deliberação da proposta do estado de greve, deflagrado no dia 17 do mês passado, além de assuntos gerais. A medida é um alerta, enquanto se discute a implementação da agenda de propostas junto executivo municipal.
Na assembleia anterior, dos 33 médicos presentes, 23 foram favoráveis ao estado de greve, alegando motivos como o fechamento de unidades básicas de saúde, falta de insumos e medicamentos, demissão de médicos sob regime de RPA e redução de 60% nos salários, além da incerteza dos próximos pagamentos. Ficou definido que o estado de greve teria duração de 30 dias e, após esse prazo, seria realizada nova assembleia para definir os rumos do movimento.
Presente na ocasião em que o estado de greve foi votado pela primeira vez, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) em Campos, Makhoul Moussalem, foi enfático em suas palavras: “Estamos cansados de conversar e não ter nenhum respaldo. O governo não tem competência de gestão, não entende nada de saúde, por isso vamos ajudar a secretaria de Saúde e o prefeito a continuar a salvar vidas, que é o que sabemos fazer. O Ministério Público Federal, Estadual, do Trabalho e a Defensoria já estão cientes dos nossos problemas”.
A situação foi amenizada após reunião de representantes dos médicos com o prefeito Rafael Diniz e a secretária de Saúde, Fabiana Catalani, onde ficou combinada a criação de uma comissão com membros do Simec e do Cremerj. Apesar disso, a continuidade ou não do estado de greve é incerta.
— Queremos ajudar a buscar melhorias para a Saúde. Outra situação positiva foi em relação ao pagamento dos RPA’s, o que fez com que fosse diminuída a tensão. No meu ponto de vista, houve avanços desde o início do estado de greve. A situação deve evoluir favoravelmente. Mas, quando se trata de assembleia, é difícil prever o que vai acontecer. De repente, surge alguma opinião diferente porque não foram resolvidos todos os problemas. A gente nunca sabe — afirmou Makhoul.