As Casas de Convivência do Parque Tamandaré e de Dores de Macabu iniciaram no último mês o Programa Brasil Alfabetizado, voltado à alfabetização de idosos. No total, aproximadamente 35 pessoas começaram após seus 60 anos uma nova fase de aprendizagem. O curso é um trabalho conjunto da superintendência dos Direitos do Idoso e da secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Campos, por meio do programa do governo federal.

Na Casa de Convivência do Tamandaré, as aulas acontecem às segundas, terças e sextas-feiras, a partir das 14h30. O professor Ricardo Ribeiro Freitas conduz os alunos na aprendizagem. A unidade recebeu 20 alunos para o curso, incluindo vítimas de acidente vascular cerebral, entre outros casos que prejudicam o funcionamento cerebral. Como é o caso de Maria Lenida Gomes, 52 anos. Após uma isquemia, ela não mais conseguiu ler e escrever.

— Tive derrame aos 52 anos. Olho as palavras e não consigo entender. Procurei algumas professoras, mas minha voz ainda não estava saindo bem, minha mente não estava boa. Agora, estou muito feliz de poder vir a essas aulas e reaprender a ler. É importante para mim — contou dona Maria.

Em Dores, a professora Thayná Oliveira é responsável pelo curso, que tem a primeira fase prevista para ser concluída em abril. As aulas acontecem três vezes por semana, às terças, quintas e sextas-feiras, das 13h às 16h. A coordenadora da Casa de Dores de Macabu, Juliana Sodré, acompanhou o processo desde a pré-matrícula e viu a alegria com que os idosos da região receberam a possibilidade de aprender a ler e escrever.

— Nós personalizamos os kits com lápis, borracha e caderno, uma forma singela de incentivá-los nesta nova fase. Eles ficaram muito felizes com este curso porque são pessoas que, quando jovens, não tiveram oportunidade de ir à escola. Há muitas mulheres que dedicaram suas vidas aos filhos e ao trabalho. Agora, com filhos adultos, elas têm tempo e oportunidade de realizar esse sonho — comentou Juliana. (A.N.)