Celso Cordeiro Filho
30/11/2017 18:23 - Atualizado em 04/12/2017 16:34
“Esse final é emocionante. Toda vez que vejo esse filme fico profundamente tocado pela sua beleza poética”. Assim o advogado e crítico de cinema, Gustavo Oviedo, iniciou sua fala logo após a exibição de “O Homem Elefante (The Elephant Man, 1980), de David Lynch, na quarta-feira (29), no Cineclube Goitacá. A plateia reagiu com entusiasmo e, praticamente, todos os presentes fizeram questão de ressaltar as qualidades do filme e a surpresa pelo conteúdo poético da obra que aborda a história de um homem com uma deformidade (neurofibromatose) marcante a ponto de ser exibido como monstro em circo.
Sobre a disposição de mostrar “O Homem Elefante” no Cineclube Goitacá, Oviedo lembrou que poderia ser para homenagear o ator John Hurt, que faz o papel principal, e que faleceu este ano. “Esse seria um pretexto, mas a verdade é que gosto muito desse filme e queria revê-lo junto com o pessoal que frequenta o nosso espaço. E mais: também gosto muito do cineasta David Lynch. Ele conta a história de Marrick com um nível de sensibilidade e de lirismo que a aproxima de uma fábula ou um conto infantil. Este foi o segundo filme de Lynch, que recebeu o convite para fazer o ‘O Homem Elefante’ de ninguém menos que Mel Brooks, que acabara de fundar sua companhia de cinema”, destacou.
Antes da exibição de “O Homem Elefante”, o produtor cultural Antonio Luiz Baldan mostrou o curta-metragem de 35mm “Barro Branco”, de 1979, produzido em Campos por um grupo liderado pelo médico e poeta Antonio Roberto Fernandes (falecido). “Através de uma professora da Uenf estou resgatando alguns filmes que foram feitos em Campos nas décadas de 70 e 80. Dias atrás, mostrei ‘E/U’, de José Luiz Sodré, com os atores Luiz Ricardo de Souza e Alba Toledo (todos falecidos), e agora trago ‘Barro Branco’, que é uma rica experiência da produção local”, acrescentou.