Origens do cinema indiano
27/11/2017 19:19 - Atualizado em 30/11/2017 14:20
Dhundiraj Govind Phalke
Dhundiraj Govind Phalke / Divulgação
Não causa estranheza que o cinema, na Ásia, tenha começado no Japão e na Índia. O Japão passou por um processo profundo e veloz de ocidentalização a partir da chamada Revolução Meiji, em 1868, que fortaleceu o imperador e abriu as portas para o ocidente. A Índia, por sua vez, era a maior colônia britânica na Ásia. Em 1877, ela se aproximou mais da metrópole. Muitos indianos ricos foram estudar na Inglaterra. Era, pois, natural que a Índia tivesse contato mais próximo com as inovações ocidentais.
Os irmãos Lumière apresentaram pública e oficialmente sua primeira experiência com imagens em movimento no ano de 1895. No ano seguinte, a Índia pôde assistir a tais experiências, exatamente em Bombaim, hoje Mumbai, o maior centro de produção cinematográfica do país e da Ásia atualmente. A ligação com o ocidente se estreitou. Salas de cinema foram instaladas e filmagens do cotidiano foram feitas. Criou-se, assim, um clima favorável à produção de filmes no país.
Contudo, só em 1913 apareceu um diretor autêntico a dirigir um filme com roteiro. Seu nome é Dhundiraj Govind Phalke. Ao assistir a uma vida de Cristo no cinema, ele teve a ideia de filmar temas do hinduísmo. Assim, veio a público “Raja Harishchandra” em 1913. Mark Cousins, estudioso do cinema mundial, mostra que, no princípio, países com forte cultura aprenderem a filmar, mas recorrem a temas da sua cultura para produzir filmes.
Em “Raja Harishchandra”, mostra-se o rei Harishchandra, sua esposa Taramati e seu jovem filho. O rei ensina o filho a usar o arco e a flecha. Ambos partem para uma caçada e acabam invadindo território dominado por Vishwamitra, um sábio poderoso. O rei encontra três fadas que convencem o rei a renunciar ao seu reino. Ele enfrenta muitas adversidades, mas descobre que sua integridade estava sendo testada. A história está mencionada no Ramayana e no Mahabharata, livros sagrados do hinduísmo.
Phalke foi um diretor pródigo. Dirigiu 95 filmes em 19 anos de carreira. “Kaliya Mardan”, de 1919, é outro filme famoso dele, mostrando as travessuras do deus Krishna em sua infância. El mostra também o domínio dos efeitos especiais da época. Os filmes de Phalke mostram seu talento para a então nova arte e merecem ser vistos ainda hoje. Tenho excelentes cópias de ambos e ainda os exibirei aos campistas interessados.

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