"O Mundo Perdido" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis 07/11/2017 17:32 - Atualizado em 09/11/2017 15:01
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ENTITY_quot_ENTITYO Mundo PerdidoENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Filmes que contribuíram para o desenvolvimento e a história do cinema estarão nesta quarta-feira (8) à noite na tela do Cineclube Goitacá. O professor e crítico de cinema Aristides Soffiati apresentará quatro obras: “O Mundo Perdido” (The Lost World, 1925), do diretor Harry Hoyt — a principal exibição da noite —; “Frankenstein” (Frankenstein, 1910), de J. Searle Dawley; “A Chegada do Trem na Estação” (L’Arrivée d’un Train en Gare de La Ciotat, 1895), dos irmãos Auguste Lumière e Louis Lumière; e “Um Cruzamento de Trânsito” (Traffic Crossing Leeds Bridge, 1888), dirigido por Louis Le Prince. A exibição tem início às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center — esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro de Campos —, com entrada gratuita.
— Apesar de serem quatro obras, não passará de 80 minutos de apresentação. Começarei com “Um Cruzamento de Trânsito”. Depois seguirei com “A Chegada do Trem na Estação”. Em seguida, serão exibidos “Frankenstein” e “O Mundo Perdido”.
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ENTITY_quot_ENTITYO Mundo PerdidoENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Filme principal da noite, “O Mundo Perdido” foi baseado em livro homônimo — escrito por Arthur Conan Doyle e publicado em 1912 — e é uma obra do gênero ficção científica. Na trama, o professor George Challenger (Wallace Beery) acredita que ainda existam dinossauros nos lugares mais remotos da selva amazônica. Para ajudar a provar sua teoria, ele recebe o apoio de um jornal para viajar com um grupo de pessoas até lá e descobrir se suas hipóteses são verdadeiras. E o que os exploradores encontram é justamente o que Challenger esperava: um planalto amazônico habitado por diversos tipos de dinossauros.
— É uma produção feita nos Estados Unidos e, depois disso, vários filmes foram baseados nela. Este filme tem vários dos clichês da ficção científica da atualidade, como do cientista desacreditado junto à própria comunidade científica e à imprensa, a imprensa que muda de lado com o decorrer da história, o conservadorismo da academia e uma história de amor no meio disso tudo, neste caso de um jornalista com a filha do cientista.
Os dinossauros foram trazidos à vida através de animação stop motion — técnica que se utiliza de vários modelos reais em materiais diversos, sendo os modelos movimentados e fotografados quadro a quadro. Soffiati comentou que foi a primeira vez que essa técnica foi utilizada em grande escala no cinema.
— Houve experiência com essa técnica antes disso, mas essa foi a primeira vez que ela foi usada em um filme de maior expressão. Quem ficou responsável por essa parte foi o pai dos efeitos especiais, Willis O’Brien, que fez todos os dinossauros com argila e filmou com essa técnica, que dá muito trabalho. Inclusive, esse cara é quem iria fazer o macaco do “King Kong”, na década de 1930.
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ENTITY_quot_ENTITYO Mundo PerdidoENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Aristides escolheu a primeira versão de “Frankenstein” para representar um filme de ficção científica do início do século passado.
— É um filme de 12 minutos, lançado em 1910. O diretor, J. Searle Dawley, só tem seu nome creditado no final do filme, pois nessa época quem ganhava mais créditos era o estúdio, neste caso o do Thomas Edison. Outro ponto é que não se trata de um filme de terror, como muita gente pensa. Em nenhum momento há indicativo de sobrenatural. É uma obra de ficção científica.
Já o primeiro e o segundo filme têm a missão de mostrar os primórdios do cinema.
— Interessante é que muita gente pensa que o primeiro filme da história teria sido “A Chegada do Trem na Estação”, que é de 1895, dos irmãos Lumière. E esse filme foi exibido publicamente na França, em primeiro lugar, e depois em vários países do mundo, causando um susto muito grande nas pessoas, que não conheciam essa linguagem da imagem em movimento. Porém, mais recentemente, descobriram um filme feito antes da obra dos Lumière, de 1888, que é “Um Cruzamento de Trânsito”, do Le Prince. Interessante é que ele fez esse trabalho com uma máquina enorme que ele inventou.
O apresentador da noite, porém, comenta que não havia um enredo em nenhum dos dois primeiros filmes.
— Tanto o do Le Prince quanto o dos irmãos Lumière foram feitos só para mostrar que a imagem iria se movimentar. Ao contrário de “Frankenstein” e “O Mundo Perdido”, que já são de uma época em que já havia um enredo para os filmes — comentou.

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