Revitalização do Teatro de Bolso
Jhonattan Reis 03/11/2017 17:26 - Atualizado em 07/11/2017 14:23
O Teatro de Bolso (TB) Procópio Ferreira, que ficou fechado para reforma por quase três anos na gestão passada e foi alvo de um movimento de ocupação em 2016, já contou com apresentações de cerca de 25 espetáculos após reabrir suas cortinas no Dia Mundial do Teatro, 27 de março, este ano, com o Festival de Esquetes do sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ). A informação foi confirmada pelo diretor do TB, Fernando Rossi. A reabertura oficial do teatro aconteceu no dia 12 de maio, com show do cantor e compositor Brenno Azevedo. De lá para cá, vários outros shows, espetáculos de dança e peças teatrais passaram pelo palco do TB, que é tido por artistas da cidade como a Casa do Ator Campista.
Abertura do Teatro de Bolso
Abertura do Teatro de Bolso / Rodrigo Silveira
— Acho que, com as apresentações desses aproximadamente 25 espetáculos e com tudo o que vem acontecendo com o Teatro de Bolso, a gente prova que a política cultural anterior estava equivocada quando apontava que não tinha demanda para o TB. Acho que, de certa forma, o que não existia era uma vontade para que aquele espaço reabrisse. A gente vê o quanto, no momento atual do país, fazer pensar e trazer educação e cultura para as pessoas é algo ameaçador para o poder. Precisamos observar que a partir do momento em que você tem uma população que não tem acesso à educação e à cultura, ela fica subordinada, porque ela não vê perspectiva nenhuma — disse Fernando Rossi, continuando:
— Os artistas se questionavam: como deixar um espaço como o Teatro de Bolso, um aparelho cultural com uma vasta história, fechado por tanto tempo? Primeiramente, o argumento usado para o fechamento, que aconteceu no final de 2014, era a construção de um elevador de acessibilidade. Depois que ele finalmente foi construído o argumento passou a ser o conserto do sistema de ar condicionado. É inacreditável como um governo tenha se desgastado tanto com um conserto de um ar condicionado, que, diante da verba municipal, é algo muito pequeno. Mas o importante é que, finalmente, depois que passou isso tudo, inclusive com nossos artistas ocupando aquele espaço para reivindicarem seus direitos, recebendo promessas de reabertura, o teatro foi devolvido aos artistas e ao público este ano.
Fernando Rossi adiantou que haverá uma comemoração especial em abril de 2018 para celebrar os 50 anos do Teatro de Bolso. Sobre este ano, ele afirmou que o TB terá apresentações de espetáculos até o antepenúltimo fim de semana do ano.
— Vamos ter espetáculos até o final de semana anterior ao Natal. O encerramento das atividades deste ano acontece num domingo, dia 17 de dezembro. Depois disso, teremos um recesso e estudaremos sobre a forma que será feita a solicitação de pautas para o teatro em 2018. Precisamos agradecer tanto aos artistas, que têm feito espetáculos incríveis no TB, quanto ao público campista, que reencontrou o seu teatro neste momento tão difícil que o país está passando. A arte sobrevive — concluiu.
Ocupa TB - A contínua programação no Teatro de Bolso em nada lembra o longo tempo no governo anterior sem o seu funcionamento, o que inclusive motivou a ocupação em 9 de maio de 2016 pelos artistas de Campos, que só se encerrou em 6 de junho do mesmo ano com a promessa da reabertura do Procópio. No entanto, o TB só seria devolvido à população pelo governo Rafael Diniz (PPS) em 27 de março deste ano, dia mundial do Teatro. Na ocasião, o prefeito disse estar cumprindo uma promessa pessoal que fizera ao teatrólogo e poeta Antonio Roberto de Góes Cavalcanti, o Kapi, falecido em abril de 2015: “Devolver o Teatro de Bolso aos seus verdadeiros donos: os artistas de Campos”.

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