Câmara rejeita enviar ao STF segunda denúncia contra Temer
25/10/2017 22:05 - Atualizado em 01/11/2017 18:06
Presidente  denunciado ao STF
Presidente denunciado ao STF / Divulgação
O presidente Michel Temer conseguiu uma vitória importante nesta quarta na Câmara dos Deputados, que decidiu arquivar a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele. Ao todo, foram 251 votos à favor do relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que recomendou o arquivamento, 233 contrários, duas abstenções e 25 ausências. A oposição precisava de um terço do plenário, pelo menos 342 parlamentares, para encaminhar a denúncia de organização criminosa e obstrução de Justiça para investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, a vitória pode revelar uma futura derrota para as pretensões de Temer, já que agora é ele quem precisa de um terço da Câmara para aprovar a reforma da Previdência, uma das prioridades do governo. Além do presidente, também foram denunciados os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral).
Pela manhã, a estratégia da oposição foi esvaziar a sessão para levar a votação para noite, contra a vontade dos governistas. Durante a tarde e toda a polêmica envolvendo a falta de quórum, o Congresso foi surpreendido pela notícia de que Temer foi levado ao Hospital do Exército após sentir-se mal. Depois de avaliação no departamento médico do Palácio do Planalto, foi constatada a obstrução urológica. No hospital, o presidente foi submetido a uma sondagem vesical, que consiste na introdução de um cateter através da uretra até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina. Temer teve alta no início da noite e seguiu para o Palácio do Jaburu. Ao deixar o hospital, o presidente acenou para jornalistas, fez sinal de positivo e afirmou: “Estou inteiro”.
Para garantir o resultado favorável, o governo atuou em várias frentes, como a liberação de emendas para a base aliada e a exoneração de ministros que detêm cargo de deputado para que pudessem votar também. Os 251 votos alcançados por Temer ficam abaixo da previsão do governo, anunciada nos últimos dias, que apontava para entre 260 e 270 votos favoráveis. O presidente teve a primeira denúncia rejeitada no plenário por 263 a 227 votos.
Entre os deputados do Rio de Janeiro, a maioria, 23, votaram contra Temer, enquanto 20 foram favoráveis ao presidente, além de duas ausências e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), que não vota, seguindo regimento interno.
O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, disse que a denúncia não apresentou provas e “mancha” a imagem da PGR. Daniel Gerber, que defende Eliseu Padilha, argumentou que não há nenhum fato relacionado ao ministro na denúncia. Para ele, a peça é uma tentativa de criminalizar a política. Por último, ao fazer a defesa do ministro Moreira Franco, o advogado Antônio Pitombo afirmou que a PGR apresentou uma denúncia “sem fato e sem tipicidade de crimes”.

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