O ex-governador Anthony Garotinho (PR) lançou oficialmente a sua pré-candidatura ao governo do estado em 2018 após reunião com militantes e filiados do Partido da República, na última quinta-feira, no Rio de Janeiro. Em um cenário de incertezas na corrida ao Palácio Guanabara, o ex-secretário de Governo de Campos tentará superar a rejeição, que já chegou a 44% do eleitorado fluminense em 2014, e os problemas com a Justiça, como a operação Chequinho, na qual foi condenado a 9 anos e 11 meses de prisão acusado de “comandar esquema criminoso” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal em Campos.

Garotinho, que é o presidente estadual do PR, se inscreveu como pré-candidato, porém, não terá concorrência dentro do partido para as prévias, que ainda não têm data definida, e que irão referendar o candidato da legenda.

A candidatura ao Governo do Estado chegou a ser dúvida pelo próprio Garotinho. Em postagem no seu blog no dia 29 de agosto, o ex-prefeito de Campos anunciou uma reunião do partido para o dia 10 de setembro, mas revelou certa resistência da esposa Rosinha. “Precisamos colocar o Palácio Guanabara de novo nas mãos do povo. Ainda enfrento uma resistência da minha mulher, Rosinha, mas até o dia 10, tomarei a decisão”.

Em 2014, o político da Lapa figurou nas pesquisas durante toda a campanha como adversário do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) no segundo turno, porém, foi ultrapassado por Marcelo Crivella (PRB) e ficou de fora da disputa por apenas 0,53% dos votos.

Quatro anos antes, em 2010, o marido de Rosinha, envolvido em outros problemas com a Justiça Eleitoral, foi condenado à inelegibilidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por abuso dos meios de comunicação em 2008. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou a candidatura de Garotinho, mas ele preferiu concorrer à Câmara dos Deputados e lançou Fernando Peregrino ao governo estadual. Ele se elegeu com 694.862 votos, mas Peregrino obteve a preferência de apenas 10% do eleitorado.

No auge da carreira política, Anthony Garotinho chegou a concorrer à presidência da República, em 2002, quando acabou na terceira colocação, com 15.180.097 votos, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acabaria vencendo o pleito contra José Serra (PSDB) no segundo turno, e elegeu Rosinha como governadora com 51,3% dos votos no mesmo ano. Em 1998, Garotinho chegou ao Palácio Guanabara após derrotar César Maia no segundo turno.