Após meses de discordâncias internas, o diretório municipal do PSDB em Campos finalmente tem uma data para a realização da eleição para a diretoria: será no dia 2 de dezembro. Inicialmente, todos os diretórios municipais do partido teriam que convocar uma convenção até o último dia 27 de setembro, o que não aconteceu na planície goitacá. Uma comissão provisória chegou a ser montada para gerir e eleição dentro do prazo, mas a composição foi rejeitada por um dos grupos internos. A ação foi contestada pela oposição e agora quem vai administrar os trâmites legais para a realização do pleito será a direção estadual da legenda.
Secretário geral do PSDB no Rio de Janeiro, Eduardo Sol explicou que foi feito um pedido à Executiva nacional do partido para a realização da eleição extemporânea em Campos. “Estamos tentando fazer a eleição pela terceira vez no ano. Não houve consenso dentro do diretório para a nomeação de uma chapa provisória para cuidar da parte administrativa apenas. Agora pedimos à Executiva nacional e fomos atendidos”, relatou.
Um dos candidatos é o engenheiro Lesley Beethoven, que defendeu a independência do partido. “Tivemos um péssimo desempenho na última eleição e ficamos atrás de partidos como PTC e PRP, que elegeram três vereadores cada. A gestão do partido em Campos era pífia. Devia ter uma eleição em maio, que não foi convocada. Nós queremos um PSDB que não seja negociado com nenhum governo, queremos caminhar com as nossas próprias pernas”, declarou.
Ex-presidente municipal até a dissolução do diretório, Robson Colla rebateu e contestou as críticas. “Houve uma resolução nacional para eleições nos diretórios municipais, mas que não incluía Campos. Depois a Executiva estadual nomeou uma comissão provisória, algo que vi pela primeira vez aqui, e não aceitaram a composição colocada. Então nós soltamos um manifesto para pedir a eleição. E foi somente por essa movimentação que as Executivas estadual e nacional se mobilizaram para convocar a eleição”, disse.
Nomeado presidente da comissão provisória anteriormente, o empresário Geraldo Coutinho exaltou a importância da eleição. “Estamos todos entusiasmados com essa decisão na Executiva nacional em marcar uma data para a eleição. Há muito tempo o PSDB não tem um grupo tão coeso, com pessoas que querem fazer política do bem como agora. É hora de dar espaço aos jovens. Não vejo grupos antagônicos internamente, o que tem é uma voz solitária criticando tudo”, opinou.
Candidato a prefeito de Campos pelo PSDB em 2004, Paulo Feijó obteve 61.319 votos e ficou fora do segundo turno por 2,8% dos votos, atrás de Geraldo Pudim (PMDB) e Carlos Alberto Campista (PDT). Atual deputado federal, Feijó está no Partido da República (PR), mas também falou sobre a situação do seu ex-partido. “Não estou muito inteirado, até por estar em outro partido, mas essas situações de racha só enfraquecem o partido a cada eleição”, afirmou.