Protestos com digitais garotista
07/10/2017 15:36 - Atualizado em 16/10/2017 19:08
Durante a semana circularam pelas redes sociais mensagens que prometiam levar o caos a vida dos campistas na última sexta-feira, com a convocação de manifestantes para fecharem as principais rodovias de acesso a cidade e um ato em frente à Prefeitura. O pano de fundo seria um protesto contra o prefeito Rafael Diniz (PPS) e os cortes em programas sociais, no entanto, a motivação e o terrorismo político vêm se repetindo na cidade desde que o ex-governador Anthony Garotinho (PR), condenado a 9 anos e 11 meses de prisão como “comandante do esquema criminoso” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição, deixou a prisão domiciliar. A coluna Ponto Final lembrou que enquanto o ex-secretário de Governo esteve confinado e incomunicável na famosa “casinha na Lapa que papai deixou”, Campos não teve nenhum protesto. E o questionamento deixado pela coluna continua no ar: “Por que será?”.
No entanto, ante a pouca adesão aos protestos e a mobilização das forças de segurança, Garotinho usou seu blog na sexta para negar envolvimento nas manifestações, mesmo com a presença de seu filho homônimo, Anthony Matheus. Além das digitais indisfarçáveis do pai na presença do filho, a ligação de Garotinho com as ações também ficou evidenciada na presença do ex-vereador Albertinho (PMB) nos dois protestos que fecharam a BR 101 e que reuniram, ao todo, cerca de 150 pessoas apenas. Condenado a oito anos de inelegibilidade na mesma Chequinho que condenou Garotinho a prisão, Albertinho já foi flagrado tanto nos protestos de motoristas de vans e lotadas, que só este ano pararam Campos por cinco vezes, quanto na paralisação dos rodoviários de 4 de setembro, que pediam fiscalização às vans e lotadas.
Nos 14 dias em que o ex-governador esteve preso, a cidade viveu dias menos turbulentos, com apenas dois protestos. Em um deles, no dia 1º de setembro, mães e parentes de alunos da Creche Escola Santos Dummont, em Guarus, fecharam a BR 101 em protesto contra as condições da unidade. O outro foi um protesto de rodoviários da empresa Rogil sobre atrasos nos salários. No entanto, bastou exatamente uma semana da libertação de Anthony Garotinho para grupos de redes sociais ligados ao garotismo começaram a fazer convocações para as manifestações da sexta passada.
O modus operandi dos protestos que Garotinho diz não ter participação, no entanto, é o mesmo do período rosáceo, como a Folha lembrou na edição da última sexta-feira. Em 02 de julho de 2010, na primeira cassação da então prefeita Rosinha, seus militantes fecharam a BR 101 ateando fogo em galhos e pneus. Na segunda cassação dela, em 28 de setembro de 2011, cerca de 300 rosáceos fecharam a av. XV de Novembro, diante do Fórum Maria Tereza Gusmão. Liderados por Rosinha, de lá saíram para a sede da Prefeitura e a ocuparam durante três dias, por exemplo. 
Duas ameaças de “terrorismo” em um mês
Essa foi a segunda vez em menos de um mês que a cidade amanheceu sob a tensão de possíveis manifestações “terroristas” com cunho político. Nos dias anteriores ao feriado de 7 de Setembro, também circulou nas redes sociais uma movimentação que pretendia ameaçar fisicamente o prefeito durante o tradicional desfile cívico. O caso também foi denunciado pela coluna Ponto Final.
No entanto, durante o evento houve manifestações do público a favor e contrárias a Rafael Diniz, mas o clima de tranquilidade foi a tônica no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop). O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Fabiano Santos, confirmou que o setor de inteligência da corporação ficou sabendo do caso e reforçou a segurança no Cepop, porém, nenhum incidente foi registrado.
Fabiano Santos confirmou que a PM também tomou conhecimento com antecedência sobre os possíveis protestos marcados para ontem. Além da Polícia Militar, outras forças de segurança, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Rodoviária Estadual (BPRv) e Guarda Civil Municipal (GCM) também estavam cientes e monitoraram os atos.

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