Mais de sete mil pessoas dependem da agricultura no município de São Francisco do Itabapoana. Nessa atividade econômica, a cadeia produtiva da mandioca possui grande destaque. Visando captar recursos para a revitalização dessa cultura, a Emater-Rio, através do escritório de Praça João Pessoa, realizou na última sexta-feira, uma reunião para apresentação do Programa Rio Rural, que tem como principal objetivo promover a autogestão dos recursos naturais, por comunidades rurais, através de práticas sustentáveis. Participaram do evento, a Superintendência Estadual de Desenvolvimento Sustentável e Coordenadoria do programa, secretaria municipal de agricultura, produtores, trabalhadores e donos de fábricas de farinha.
Para o secretário de agricultura e vice-prefeito, Claudio Henriques, o desafio é legalizar a indústria rural, para então, conseguirem acessar os benecífios.
Claudio Henriques explica que o motivo da reunião, tem a ver com o ordenamento e estruturação da classe. Além, das questões de sustentabilidade e meio ambiente. “SFI é um grande produtor de mandioca e farinha. No segundo distrito, Travessão de Barra temos em torno de 30 fábricas. Hoje as indústrias rurais precisam passar por uma adequeação para que seus produtos consigam sair, ter o selo de qualidade e cumprir as exigências que dão direito as programas e projetos”, ressalta.
Na ocasião foram apresentados dados sobre este tipo de produção agrícola no município. A partir destas informações, o superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio de Janeiro e secretário executivo do Rio Rural, Nelson Teixeira, e a coordenadora técnica do Programa Rio Rural, Helga Hissa, vão analisar a viabilidade técnica e econômica para que sejam disponibilizados os recursos necessários para a revitalização. Teixeira destacou que “já está dado o aval para a montagem do projeto, o que não quer dizer que ele está aprovado”. Ele explicou que é preciso, entre outras coisas, ter o aval do Ministério Público (MP), quanto a diversas questões.
Secretário fala sobre nova norma federal
Outro benefício que pode chegar para São Francisco é a conversão de multas ambientais não quitadas em prestação de serviços de melhoria do meio ambiente, como o reflorestamento de áreas degradadas. O decreto que permite a medida, foi assinado pelo presidente da República, Michel Temer, no último dia 20. A medida autoriza que mais de R$ 4 bilhões em multas aplicadas por órgãos federais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sejam convertidas em investimentos ambientais.
O secretário de Meio Ambiente de SFI, Ilzomar Soares, comemorou a notícia. ”Teremos condições de apresentar junto ao órgão a capacidade de conduzir pendências e resolver questionamentos de gestões passadas que fazem parte de processos que vinham se arrastando e agora existe a oportunidade de termos uma resolução”, ressaltou.
Para a prefeita, Francimara Barbosa Lemos, “os benefícios gerados dentro do município só podem agregar uma maior integração e com isso promover desenvolvimento e sustentabilidade”.
Para Zildo Santana, 59 anos, dono de fábrica farinha na região há mais de dez anos, a questão financeira afeta diretamente na resolução desses problemas. “O que manda hoje é a situação financeira. Quando vem um projeto como esse eu fico feliz, acho muito importante, porque, pode auxiliar e beneficar a gente”, disse.