Abraço ao Cejopa em ato contra unidade do Degase em escola
Paula Vigneron 31/10/2017 12:29 - Atualizado em 01/11/2017 17:07
  • Abração no CEJOPA

    Abração no CEJOPA

  • Escola em protesto contra núcleo do Degase

    Escola em protesto contra núcleo do Degase

  • Escola em protesto contra núcleo do Degase

    Escola em protesto contra núcleo do Degase

  • Escola em protesto contra núcleo do Degase

    Escola em protesto contra núcleo do Degase

Em mais um ato contra a instalação de uma unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), no Colégio Estadual José do Patrocínio (Cejopa), professores e alunos se concentraram nos arredores da escola para realizar o Abraço ao Cejopa, no início da manhã desta terça-feira (31). Além dos docentes e discentes da instituição escolar, moradores e comerciantes do bairro, que participaram do abaixo-assinado, demonstraram preocupação em relação ao novo núcleo para menores.
Proprietário de um estabelecimento comercial próximo ao Cejopa há dois anos, um comerciante, que preferiu não se identificar, acredita que, para a comunidade local, a instalação poderá causar diversos impactos.
— Para o bairro, acho que não será muito bom, principalmente pela liberdade que os jovens vão ter. Por ser uma área muito central, acho que não será muito bom. Não sou contra a reabilitação. Todo mundo tem que ter uma segunda chance na vida. Mas acho que deveria ser em outro local. Eles vão estar muito envolvidos com os estudantes. Porque, segundo informações que recebi, eles vão estudar nas dependências e participar das atividades escolares. Vão ter sua vida social e retornar durante a noite para dormir. E, final de semana, cada um vai para a sua residência, de acordo com o comportamento deles. Pessoas que a gente conhece, da Pecuária e de São Fidélis, onde tem unidade para menores em medida socioeducativa, falam que, por lá, isso não é bom — declarou.
O comerciante acredita, também, que haverá uma rejeição dos clientes de outros bairros que costumam frequentar seu estabelecimento.
Moradores do Parque Leopoldina, Luiz Marcelo Silva, 75 anos, e Elça Siqueira Tavares, 82, também assinaram o documento contra a nova unidade do Degase. Para eles, é possível encontrar outra solução para que os menores cumpram suas medidas e possam retornar às ruas em liberdade.
— Eles têm que ser cuidados, tratados. São seres humanos. Precisam ter apoio e um lugar especial para eles. Ali, não estou achando muito legal por ser perto do colégio. A gente também fica preocupado com segurança porque, ultimamente, tem sido bem difícil. E a cidade é muito grande e tem muitos lugares para colocá-los. Por que perto do colégio? — questionou Elça, que assinou o abaixo-assinado no último domingo (29), na Igreja Nossa Senhora do Rosário (Igreja do Saco). No local, contou a idosa, o documento recebeu muitas assinaturas.
Para Luiz Marcelo, o ideal seria colocar os adolescentes para estudarem na escola, mas formando-os em uma profissão. "Está faltando essa organização. O Estado tem que ter compromisso com esses alunos. Tem que ter a profissão para ser alguém na vida. Não é só estudo", afirmou.
O Degase informou, em nota, que o núcleo será destinado a menores em regime de semiliberdade e terá capacidade de atender cerca de 30 jovens. Os adolescentes "realizam suas atividades fora da unidade, utilizando a rede pública (educação, esporte, cultura, saúde, lazer, etc) e, durante a semana, dormem na unidade. Nos fins de semana, após avaliação do comportamento dos adolescentes, eles podem dormir em sua residência".
A professora Beatriz Melo informou que uma manifestação será feita na Câmara dos Vereadores, para que a questão seja apresentada a toda sociedade. “A nossa preocupação, a preocupação de professores e funcionários da escola, é com a educação, com a questão do espaço que antes era utilizado pelos alunos em atividades pedagógicas. Já a preocupação da comunidade, de moradores e comerciantes do bairro é com a violência, porque sabem de casos de revoltas em unidades para menores”, falou a professora.

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