Jane Ribeiro
27/10/2017 22:04 - Atualizado em 01/11/2017 17:02
Depois de 75 anos de funcionamento atendendo pacientes com problemas psiquiátricos, o Hospital Henrique Roxo fechou suas portas, baseado na lei federal 210.216 de 2001, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, que acaba com os hospitais e também pela dificuldade financeira em seguir. O fim dos hospitais psiquiátricos coloca em dúvida o tratamento dos doentes. De acordo com a médica Débora Casarsa, Campos ainda não tem estrutura para absorver todos os atendimentos. Enquanto isso a rede dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) avançam em atendimento, reduzindo leitos.
A lei dispõe sobre proteção e direitos das pessoas com transtornos mentais e busca redirecionar o modelo assistencial em saúde mental. Após a reforma, o objetivo é que o formato dos hospícios — caracterizados pelo isolamento — seja extinto e os pacientes atendidos pelos Caps e em leitos disponibilizados nos hospitais regionais e municipais.
— Precisamos repensar a saúde mental, principalmente no nosso município. Eu acho que o município deve se estruturar e planejar melhor — declarou a geriatra Débora Casarsa.
O Programa de Saúde Mental do município vem registrando queda no número de pacientes com transtornos mentais hospitalizados. Campos tinha 240 leitos contratados no Henrique Roxo e João Viana, mas atualmente, está com cerca de 94. Os pacientes que estiverem em condições recebem alta, de forma gradativa e responsável, seguida de acompanhamento nos Caps. Aqueles que tiverem necessidade de internação, serão encaminhados para o Hospital Psiquiátrico João Viana, unidade filantrópica, sem previsão de fechamento no momento.
A notícia repercutiu nas redes sociais e muitas foram às manifestações de apoio. Quem também deixou o depoimento de apoio foi a filha do fundador do Hospital Henrique Roxo, Valéria Pupe. “A vida é feita de começo, meio e fim, assim como nós seres mortais. Fica aqui registrado o meu agradecimento a Deus e orgulho por termos conseguido fechar o hospital corretamente.