O prefeito de Campos, Rafael Diniz, recebeu nesta sexta-feira (27), no auditório da Prefeitura, diretores de escolas, abrindo o debate sobre a realização de eleições diretas para direção das unidades de ensino da rede municipal, uma das propostas de campanha de Rafael, que reafirmou que a proposta é de que a comunidade geral participe da escolha. O presidente da Câmara de Vereadores, Marcão Gomes, presente na reunião, orientou sobre a formação de uma comissão, para melhor traçar o formato de projeto. Os trabalhos serão acompanhados pelo assessor especial da Prefeitura de Campos, César Tinoco.
O modelo de eleições diretas para diretores de escola está sendo discutido desde o início do ano pela secretaria municipal de Educação. O projeto foi elaborado com o auxílio de um grupo de cientistas políticos do Instituto Federal Fluminense (IFF) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e já foi apresentado ao Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe). A previsão é que o projeto final seja encaminhado à Câmara Municipal para votação no próximo mês. A comunidade escolar — professores, alunos e pais de alunos — ultrapassa 60 mil eleitores.
— Nossa ideia é mostrar que a escola é da comunidade, fazer com que participe das votações. O objetivo é fazer o mais correto para a nossa educação, e para isso dar a oportunidade de que a escolha seja aberta, independente de cargos efetivos ou não. Queremos o que for o melhor para cada unidade, para cada bairro, com o povo escolhendo, sendo cargo efetivo ou não — pontuou Rafael Diniz.
Os diretores vão formar uma comissão, para reunir documentos que mostrem a vontade entre pais e moradores de cada local, pela eleição aberta, e sem restrições, visando que em seguida toda a documentação reunida seja levada à Câmara, para debate do projeto. De acordo com Marcão Gomes, o objetivo é que as eleições sejam realizadas antes do próximo ano letivo, já com todos os pontos definidos e projeto votado.
— Queremos atender ao desejo da população e até mesmo dos professores, que pedem por esses profissionais. Queremos mostrar isso com o trabalho que deverá ser desenvolvido por essa comissão. A partir disso, levar o projeto à Câmara para votação, contendo a participação da comunidade externa, definindo o melhor caminho para cada unidade. Permitir processo de gestão democrática, com participação da comunidade, é fundamental para que a educação do município ganhe a qualidade que essa gestão projeta. Estamos convocando estes profissionais, para que juntos possamos construir um futuro melhor para nossa cidade — declarou Marcão.
A diretora da Creche Escola Jardim Aeroporto, Patrícia de Jesus, ficará responsável pela comissão e afirmou a importância da recepção por parte da gestão pública e a projeção para os próximos passos. “Foi uma reunião produtiva. Era necessária essa recepção para que tenhamos voz e nosso espaço. Agora, vamos nos reunir e desenvolver esses documentos para levarmos até a Câmara e termos força”, disse Patrícia.
Diretora da Creche Escola Francisco de Assis, no bairro do Matadouro, Angélica Fernandes destacou a atenção dada pela educação. “Senti uma diferença muito grande. Não éramos escutados antes, não davam importância à nossa posição. Agora está sendo feito diferente”, relatou.
Sepe discorda de pontos em projeto de lei
Em matéria especial publicada na Folha da Manhã no último domingo, o secretário de Educação, Cultura e Esporte, Rafael Damasceno, tem se reunido com Odisséia Carvalho, representante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) para debater as propostas relacionadas aos profissionais da educação. Segundo a direção do Sindicato existem algumas divergências na elaboração do projeto de lei para eleição de diretores. Entre elas a indicação de políticos para o cargo.
— Não aceitamos mais esse tipo de escolha. Queremos profissionais da educação estatutários, que tenham no mínimo um ano de exercício na unidade escolar, onde vai dirigir. Outra divergência encontrada durante as nossas reuniões é quanto ao projeto de lei deles que somente professores poderiam concorrer, nós colocamos que não. Entendemos que qualquer profissional da educação estatutário que tenha licenciatura poderá concorrer. A idade dos alunos para a cotação nós também não concordamos. Eles querem 16 e nós 12. Voltaremos a nos reunir na próxima semana para avaliar esses pontos que ainda estão pendentes. O importante é que é uma reivindicação histórica da categoria e que foi aberto ao dialogo e vamos batalhar para que haja aprovação da câmara desse documento — informou Odisséia.