Completando nesta terça-feira 82 dias de greve, os docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) emitiram uma carta aberta aos pais dos alunos da universidade. A paralisação ainda preocupa os estudantes, que temem pela não conclusão do ano letivo. Os alunos não querem que a greve se transforme em férias. Na carta, a Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Aduenf) relata os motivos da greve por tempo indeterminado, sem previsão de nova assembleia. A categoria descarta a possibilidade de retorno das aulas sem a existência do calendário de pagamentos.

A Aduenf esclarece que a greve não é somente pelo salário e: “Não há segurança no campus universitário, a limpeza e iluminação são precárias e a Uenf não recebe os recursos para a manutenção desde outubro de 2015. A greve tem como princípio a defesa incondicional da Uenf e do seu melhor funcionamento para atender aos nossos alunos e a toda comunidade regional e nacional. Não somos inconsequentes em nossos atos, e enfatizamos que pensamos nas inúmeras gerações que têm o direito de usufruir de uma universidade pública, gratuita e de excelência”.

Enquanto isso, os estudantes continuam preocupados com destino profissional que está ameaçado. Heitor Boa Morte, aluno de Engenharia de Produção, acredita que a greve não está evoluindo. “A gente não precisa de carta de conforto, precisamos de aula, de terminar o semestre que está praticamente perdido. Eles precisam receber e nós de estudar. Existem dificuldades em todos os lados, mas não podemos deixar a greve se transformar em férias”, disse.

Thais Fernandes é de Santo Antônio de Pádua e cursa Engenharia Metalúrgica. Ela informou que deveria no oitavo ano e não começou nem o sétimo ainda: “Para nós essa carta não vai alterar em nada o processo. Nós estudantes entendemos as necessidades dos professores, mas temos as nossas necessidades acadêmicas que estão sendo colocadas de lado”.