Agentes da Polícia Federal prenderam nesta quinta-feira o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, e Leonardo Gryner, diretor do comitê da Rio 2016.

Nuzman é considerado o principal responsável pelo pagamento de propina a dois membros do COI na eleição do Rio como sede dos Jogos de 2016. Em setembro, ele foi encaminhado à Polícia Federal para prestar depoimento na operação Unfair Play, que investiga a corrupção durante o governo Sérgio Cabral, mas permaneceu calado.

Nuzman é apontado como elo entre o pagamento da propina de US$ 2 milhões para Papa Massata Diack através do empresário Arthur Soares, foragido.

A denúncia do MPF aponta que Nuzman teria vendido o voto em favor da candidatura dos Jogos Olímpicos de Inverno/2014 em troca de um passaporte para poder fugir das investigações brasileiras.

Uma possível tentativa de ocultação de bens também motivou a prisão de Nuzman. De acordo com a MPF, o patrimônio do dirigente cresceu 457% em uma década e, logo após a operação, Nuzman retificou sua declaração de imposto de renda acrescentando itens curiosos: os R$ 480 mil em espécie encontrados pela PF na residência dele e 16 barras de ouro de 1kg cada, avaliadas em cerca de R$ 2 milhões pela cotação atual.