Durante recolhimento de material para a exposição do acervo histórico municipal, marcada para a próxima terça-feira (31) no Museu Histórico de Campos, como parte dos festejos do sesquicentenário de Nilo Peçanha, a comissão organizadora descobriu que estão desaparecidos objetos e um documento de grande valor histórico-cultural, relacionados a grandes nomes da história do município, como o ex-presidente da República, a heroína Benta Pereira e o jornalista abolicionista José do Patrocínio. A informação foi revelada pelo blog “Fernando Leite & Outros Quintais”, do jornalista Fernando Leite, e confirmada pela coordenadora da comissão, Sylvia Paes.
De acordo com a publicação, não foram encontrados uma bengala de marfim incrustada de ouro, de Nilo Peçanha; uma chave de ouro pesando 55 gramas; uma medalha de prata da Sociedade Nacional de Agricultura; uma fivela de cabelo de madrepérola de Benta Pereira; um revolver taurus calibre 32; e o termo de traslado dos restos mortais de José do Patrocínio e sua esposa, Maria Henriqueta. Conforme registrado em ata da tesouraria da Prefeitura, datada de 1975, os objetos ficavam no cofre da secretaria municipal de Fazenda, que mudou de endereço mais de uma vez, passando pelo antigo prédio da Câmara Municipal, onde hoje funciona o Museu Histórico, e pelo edifício Cidade de Campos, ambos na praça do Santíssimo Salvador, antes de se instalar no prédio da Lira Guarany, na rua 13 de maio.
Em nota, através da superintendência de Comunicação, a secretaria de Fazenda informou não ter notícia da existência do cofre e nem dos itens mencionados, desde o ingresso da gestão atual na administração da referida pasta, no início deste ano. Procurada pela reportagem da Folha da Manhã, a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima, disse que já está sendo apurado o sumiço dos objetos, segundo ela, não ocorrido neste ano. De acordo com Cristina, as peças teriam sido vistas pela última vez na década de 1990. Funcionários antigos da Prefeitura têm sido procurados pela comissão organizadora da exposição.
À Folha, a coordenadora da comissão, Sylvia Lima, contou que buscas estão sendo realizadas na tentativa de encontrar o material, que pode estar guardado em outro local. “Fomos procurar a bengala do Nilo Peçanha e descobrimos que havia sumido, assim como os outros objetos que ficavam guardados juntos. A gente continua procurando, pois pode estar em outro lugar, algum outro cofre da Prefeitura. Não sabemos”, afirmou Sylvia, ressaltando que, mesmo caso a bengala não seja encontrada a tempo, a exposição não será cancelada.
— De forma alguma cancelaríamos. Nosso objetivo é de achar a bengala, pois enriqueceria muito a exposição, assim como também queremos encontrar os outros objetos, embora não façam parte da exposição, já que eles possuem toda importância histórica. Mas, mesmo não encontrando a bengala, vamos manter a exposição — completou.