"Um Homem de Moral" no Cineclube Goitacá
Matheus Berriel 24/10/2017 18:08 - Atualizado em 26/10/2017 13:29
A vida e obra do zoólogo e compositor brasileiro Paulo Vanzolini, morto em abril de 2013, aos 89 anos, serão tema da sessão desta quarta-feira (25) do Cineclube Goitacá. Com apresentação do professor e pesquisador Marcelo Sampaio, será exibido o documentário musical brasileiro “Um Homem de Moral” (2009), dirigido por Ricardo Dias, responsável também por outros dois documentários sobre Vanzolini como zoólogo. A sessão terá início às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center, localizado à esquina da rua Conselheiro Otaviano com a Treze de Maio, no Centro de Campos, com entrada gratuita.
Com enredo centrado na obra musical de Paulo Vanzolini, o documentário tem seu trecho retirado da música “Volta Por Cima”. Para Marcelo Sampaio, o trabalho de Ricardo Dias é importante por tratar-se de um registro de um grande nome da música popular brasileira que se tornou conhecido mais por suas composições do que pela voz, ainda que não se considerasse compositor de fato.
— O Paulo Vanzolini dizia ser apenas cientista, porque não era compositor profissionalmente falando. Fazia música só porque gostava, mas fez músicas sensacionais. Ele foi diretor do Museu de Zoologia de São Paulo por muito tempo. Em contrapartida, era uma das figuras mais preparadas que compuseram para a nossa MPB. Acho que o documentário é importante por causa disso. Sempre foram outras pessoas que interpretaram as músicas do Paulo Vanzolini que, neste documentário, tem sua importância reconhecida — afirmou.
“Um Homem de Moral” conta com participação especial de cantores renomados como Chico Buarque de Hollanda, Adoniram Barbosa, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Inezita Barroso, Miucha e outros. Todos eles já gravaram alguma canção escrita por Vanzolini. Entre as mais conhecidas estão “Ronda”, eternizada nas vozes de Maria Bethânia e Nelson Gonçalves; “Volta por cima”, gravada por Jorge Aragão; e “Quando eu for, eu vou sem pena”, que fez sucesso com Chico Buarque.
Na parte final do filme, ao som da canção “Boca da noite”, são exibidas fotos de pessoas comuns de São Paulo, terra natal do compositor, num período bem diferente ao de hoje. “São imagens de uma São Paulo que não existe mais. Uma São Paulo antiga, sem muitos arranha-céus espalhados, como hoje. Sempre a grande São Paulo, mas uma São Paulo menos cosmopolita, com uma arquitetura diferente da atual”, conta o apresentador.
Um dos membros mais assíduos do Cineclube Goitacá desde o início, há quase cinco anos, Marcelo Sampaio já ocupou a função de apresentador em aproximadamente 20 oportunidades. Além da paixão alimentada pelo cinema, destaca os debates realizado a partir dos filmes.
— O Cineclube é o encontro de pessoas que gostam de um cinema diferenciado. Não sou um grande analista de cinema. Gosto muito de cinema, mas prefiro discutir os assuntos do filme que eu levo do que até o próprio filme. Para mim, é fundamental num cineclube o debate e os comentários que acontecem após a exibição do filme. O filme é até um segundo plano na minha mente. O primeiro plano é o que ele vai suscitar de questionamentos, de provocações — ressaltou Marcelo.

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