Celso Cordeiro Filho
19/10/2017 20:46 - Atualizado em 24/10/2017 18:58
Durante os debates, logo após a exibição de “A Pele que Habito”, de Pedro Almodóvar, na quarta-feira (18), no Cineclube Goitacá, o cineasta e publicitário Felipe Fernandes, que fez a apresentação do filme, observou que o diretor espanhol permanece fiel à sua forma de fazer cinema e constrói uma narrativa original sobre uma história de horror com conteúdo melodramático. Por sua vez, o publicitário e crítico de cinema, Gustavo Oviedo, disse que a “narrativa sobre uma história meio doida ganha nova dimensão através da competente condução de Almodóvar. Ao invertê-la — a parte final vem no início do filme — possibilita uma melhor compreensão. Não havia outra melhor maneira de contar essa história”.
“A Pele que Habito”, de 2011, que foi indicado na categoria de melhor filme ao Globo de Ouro, marca o reencontro de Almodóvar com o ator Antonio Banderas, que despontou para o estrelato após participar de vários filmes do cineasta espanhol, na década de 80. Neste retorno, Banderas interpreta Robert Legard, um conceituado cirurgião plástico que, após ter perdido a mulher, morta queimada em um acidente automobilístico, trabalha secretamente para desenvolver uma pele invulnerável ao fogo. Logo depois, acontece a morte da filha (Bianca Suárez), que tinha problemas psicológicos. Com a intuição de que ela foi estuprada, o cirurgião engendra um plano para se vingar do suposto estuprador.
Antes da apresentação do filme de Pedro Almodóvar, o produtor cultural Antonio Luiz Baldan exibiu um trecho de uma homenagem feita pelo Instituto Moreira Salles ao poeta Carlos Drummond de Andrade. O poema “No Meio do Caminho” foi recitado em várias línguas, começando em português terminando em tupi. “É uma homenagem a Drummond e pretendo reunir um grupo para comentar o trabalho do poeta mineiro. Ouvir o poema dele em vários idiomas é fantástico, pois assim se conhece as suas múltiplas sonoridades”, acrescentou. Na próxima quarta-feira (25), o professor e pesquisador cultural, Marcelo Sampaio, apresentará o documentário “Um Homem de Moral” que homenageia o biólogo e compositor Paulo Vanzolini.