O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado, nesta quarta-feira (20), pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a 45 anos e 2 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organiza-ção criminosa, após investigações no âmbito da operação Calicute, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro. Além de Cabral, a esposa dele, Adriana Ancelmo, foi sentenciada a 18 anos e 3 meses de reclusão.
Segundo a denúncia, o esquema desviava verbas dos contratos do Governo do Estado com empreiteiras. Cabral foi preso em novembro e atualmente está em Benfica, no presídio onde ficava o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP). Já Adriana Ancelmo, que foi condenada pela primeira vez nesta quarta, cumpre prisão domiciliar em seu apartamento no Leblon.
Na sentença, Cabral é descrito como “idealizador do gigante esquema criminoso institucionalizado no âmbito do Go-verno do Estado do Rio de Janeiro, era o chefe da organização, cabendo-lhe essencialmente solicitar propina às em-preiteiras que desejavam contratar com o Estado do Rio de Janeiro, em especial a Andrade Gutierrez, e dirigir os de-mais membros da organização no sentido de promover a lavagem do dinheiro ilícito”.
Cabral também foi condenado, em junho, a 14 anos e 2 meses por corrupção e lavagem de dinheiro pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância. Na ocasião, a Justiça considerou que ele rece-beu propina das empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão.
Em nota, o advogado de Cabral, Rodrigo Rocca, afirmou que a sentença é uma “violência contra o Estado democrático de Direito”. (A.S.) (A.N.)