Em uma sessão de aproximadamente duas horas, bem diferente da última terça-feira, quando o novo Código Tributário de Campos foi aprovado pela maioria em primeiro turno após quase seis horas, a Saúde esteve, nesta quarta-feira (20), no centro dos debates na Câmara Municipal. Em um dos momentos mais quentes, o vereador Thiago Virgílio (PTC) voltou a levantar a bandeira para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a área. No entanto, o líder do governo na Casa, Fred Machado (PPS), leu uma postagem em uma rede social do colega de oposição em que Virgílio diz que a então bancada de oposição ao governo Rosinha Garotinho teria que “entrar na fila” para protocolar uma CPI em 2016. E Machado ainda disparou para Thiago: “agora vai ter que entrar na fila”.

Na postagem do dia 9 de maio de 2016, o presidente municipal do PTC diz: “Hoje pela manhã ao lado do presidente da Câmara, Dr. Edson Batista, e do procurador da Câmara, Dr. Felipe Klein (sic), participei da reunião e esclarecemos aos vereadores de oposição sobre as questões das CPIs que já existiam protocoladas na secretaria da Câmara. E que pela Resolução número 8.655 de 2015, VAI TER QUE ENTRAR NO FINAL DA FILA!”.

Pelo regimento interno, duas CPIs podem ser instaladas ao mesmo tempo. Atualmente, estão em andamento as CPIs das Rosas e da Lava Jato, que investigam os contratos da Prefeitura nos últimos anos para manutenção de jardins, pela Emec, e para a construção das casas populares do Morar Feliz, pela Odebrecht, respectivamente.

O líder do governo explicou que, usando o mesmo argumento de Thiago no ano passado, existem outras Comissões à frente na Casa. “Antes, tínhamos de entrar sempre no final e agora vocês querem entrar na frente? Tudo o que vocês faziam, agora contestam. É difícil entender. Tem outras CPIs na frente, como a do PreviCampos, que teve um rombo de R$ 400 milhões, e outra para apurar os R$ 110 milhões que sumiram dos cofres da Prefeitura na última gestão. Entre na fila, por favor”, declarou Fred.

São necessárias pelo menos nove assinaturas para a abertura de uma Comissão de Investigação, no entanto, segundo Thiago, a CPI proposta pela oposição tem sete até o momento, todas da bancada de oposição. O vereador José Carlos (PSDC) também contestou Virgílio. “No último governo, ambulâncias eram vistas saindo da secretaria de Saúde com remédios para serem vendidos em farmácias de Guarus. Quantas vezes viemos com um material farto para o ex-presidente da Câmara, Edson Batista, e ele nunca permitia a criação de uma CPI? A Saúde pode estar ruim, mas a diferença é que agora não tem dinheiro. É uma situação que vem se arrastando há anos”.