Pré-sal como combustível para o PT
07/09/2017 18:59 - Atualizado em 09/09/2017 13:21
Antônio Palocci
Antônio Palocci / Divulgação
Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antônio Palocci disse na quarta-feira (7), em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, que o pré-sal financiaria o projeto do PT no poder. Através de sua assessoria, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que o ex-ministro mentiu e que tudo não passa de uma estratégia de Palocci em busca de “benefícios da delação premiada”. Já o advogado do ex- presidente, Cristiano Zanin Martins, afirmou que Palocci mudou sua versão sobre os fatos para conseguir fechar acordo de delação por estar “preso e sob pressão”.
Segundo Palocci, o ex-presidente disse a ele que o pré-sal “é o passaporte do Brasil para o futuro” e que “vai pagar as contas nacionais, vai ser o grande financiador das contas nacionais, dos grandes projetos do Brasil”.
O ex-ministro depôs no inquérito que apura o pagamento de R$ 12 milhões de propina da Odebrecht para Lula na forma de um apartamento e na compra de um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula.
Moro voltou a questionar Palocci sobre o conhecimento de Lula a respeito da corrupção na Petrobras. O ex-ministro, então, detalhou o plano do ex-presidente para usar os recursos do pré-sal no financiamento da campanha de Dilma.
— Em meados de 2010, talvez nesse mesmo período que nós estamos tratando, ele me chamou para uma reunião na biblioteca do Palácio Alvorada, eu era deputado. Nessa reunião, estava José Sergio Gabrielli (ex-presidente da Petrobras), eu e a ministra da Casa Civil, presidente Dilma. Nesse momento, ela já era candidata. Talvez não aprovada ainda em convenção, mas já era definida como candidata, era pacífico isso — relatou, acrescentando que, pela primeira vez Lula falou de maneira direta: “Olha, eu chamei vocês aqui porque o pré-sal é o passaporte do Brasil para o futuro, é o que vai nos dar ener... combustível pra um projeto político de longo prazo no Brasil. Ele vai pagar as contas nacionais, vai ser o grande financiador das contas nacionais”. (S.M.) (A.N.)

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