Suzy Monteiro
05/09/2017 00:54 - Atualizado em 08/09/2017 15:28
A OAB Campos divulgou, no último domingo, nota de repúdio aos ataques feitos pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR), ao Antonio Carlos Guzzo, o segundo advogado dativo nomeado pela Justiça para defendê-lo na ação penal em que é réu no âmbito da operação Chequinho. Guzzo fez o que Garotinho tentava evitar havia meses: entregou as alegações finais, parte chave e sem a qual não pode haver sentença. Depois de demitir pelo menos quatro defensores, o ex-prefeito de Campos já nomeou, no final de agosto, o advogado Carlos Fernando dos Santos Azeredo, que tem até amanhã para também entregar as alegações.
Em uma postagem em seu blog, Garotinho desqualifica Guzzo, diz que ele copiou trechos de defesas de outras pessoas, o chama de “irresponsável” e ainda diz que seu próprio advogado já está tomando as “medidas cabíveis”.
Em um trecho, a nota da entidade diz que “brandir coragem em redes sociais, proferindo toda a ordem de insultos, sem se preocupar com as consequências, assessorado por excelentes advogados é bravata, é o mesmo afirmar estar fazendo jejum e engordar”.
Em outra parte, a OAB de Campos defende Antônio Carlos. “Dr. Antônio Carlos Guzzo é advogado sério, comprometido com seus deveres profissionais, zeloso, urbano para com os colegas, igual a todos os demais advogados citados no referido artigo, que cumprem, todos, a honrosa missão de garantir a liberdade em todas as suas formas, independentemente da qualidade do cidadão que as tenha interesse no seu exercício.
Resta tornar ainda mais evidenciado o repúdio desta subseccional, e posso dizer de todos os advogados e advogadas, às palavras ofensivas e desrespeitosas proferidas tendo como vítima um colega advogado”.
Em outra parte, o comunicado diz: “quando li o referido ‘artigo’ meu pensamento foi medíocre, para ser generoso comigo mesmo. Pensei até de certa forma orgulhosa que o que garante a tantas pessoas proferirem tantos impropérios é o exercício da advocacia digna (...) na construção e apoio da democracia conquistada”, e conclui: “Apesar de ouvir tanta bobagem sem sentido, com intuito claramente intimidatório, midiático, por vezes até repugnante com a que se está referindo por ora, ainda é melhor, do que não ter liberdade de proferir nenhuma verdade, e hoje isso só é garantido pelos advogados e advogadas”.