O governador Luiz Fernando Pezão reafirmou, nesse domingo (24), que as forças estaduais de segurança vão permanecer na Rocinha por tempo indeterminado. Pezão disse ainda que conversou, na noite de sábado (23), com o presidente Michel Temer, que reiterou que as forças federais estão à disposição do Estado até o fim de 2018.
Pezão destacou também a integração das forças estaduais e federais no combate à criminalidade no estado. Com o recrudescimento dos confrontos na sexta-feira (22), na Rocinha, o governador contou que solicitou, às 9h30 daquele dia, ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, e ao Comando Militar do Leste, o apoio das Forças Armadas para reforçar o policiamento na Rocinha, e foi prontamente atendido. Depois de um planejamento integrado das forças estaduais e federais, os 950 militares começaram a chegar no mesmo dia, às 15h30, à comunidade.
— A PM, com unidades como o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o Choque e o Batalhão de Ações com Cães (BAC), fica na Rocinha pelo tempo que for necessário para continuarmos com o nosso trabalho de apreensão de drogas e armas e prisões. Estamos integrados com as Forças Armadas e essa parceria vai aprimorar ainda mais o trabalho que está sendo feito na Rocinha, e os resultados já são visíveis, com a apreensão de mais de 10 fuzis e de munições e prisões em dois dias de operações — disse Pezão.
Fundo para a segurança
O governador oficializou que enviará, na próxima semana, à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), um projeto de lei para a criação de um fundo de recursos para a área de segurança, atrelado à arrecadação de royalties do pré-sal.
— A emenda constitucional destina 5% dos royalties do petróleo para a segurança. Dos 10% que vão para o Fundo de Conservação Ambiental (Fecam), vamos repassar 5% para a segurança pública e garantir a integração com a prefeitura nas operações Segurança Presente e a melhora das condições de trabalho das polícias Militar e Civil. O fundo vai permitir ainda que a iniciativa privada aporte recursos para ajudar a segurança pública. Além disso, o projeto vai permitir melhorar o programa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), inclusive disponibilizando recursos para ações sociais nas comunidades — explicou Pezão.
A expectativa é de que o fundo gere recursos adicionais para a Segurança de R$ 197 milhões já em 2018 e de R$ 340 milhões ao ano, em média, até 2027.
Além de investimento em segurança, cerca de 25% de cada projeto será destinado à área social.
- Teremos um conselho, que decidirá anualmente a destinação em cada projeto. Esse conselho será composto pela sociedade civil - inclusive lideranças comunitárias -, setores empresariais e o poder público - explicou Christino Áureo.