Jéssica Felipe
09/09/2017 16:05 - Atualizado em 12/09/2017 14:42
A viabilização para instalação do terminal de importação e regaseificação de gás natural liquefeito (GNL), no Porto do Açu, será discutida em audiência pública nesta quinta-feira (14), às 19h, no Grussaí Praia Clube, em São João da Barra. Convocada pela Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca), da secretaria de estado do Ambiente, a audiência tem como objetivo a apresentação e discussão do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do empreendimento.
Durante a reunião, os presentes terão a oportunidade de fazer sugestões, críticas e comentários que serão registrados e analisados no processo de licenciamento. Em outubro deste ano, completam-se 10 anos do início das obras do porto no quinto distrito do município.
De acordo com o Ceca, as questões colocadas na audiência pública serão encaminhadas ao órgão técnico, que avaliará e emitirá seu parecer. Esse documento passará pela procuradoria do Instituto Nacional do Ambiente (Inea) e, posteriormente, pela Ceca para autorizar, ou não, a licença prévia. Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o processo ainda prevê as licenças de instalação e operação.
A empresa responsável pelo terminal é a Gás Natural Açu (GNA), subsidiária da Prumo Logística. Neste mês, a GNA informou ao mercado a assinatura de contrato com a Siemens para desenvolvimento, implantação e exploração da UTE GNA I, do Terminal de Regaseificação do Açu e outros potenciais projetos no Complexo Industrial do Porto do Açu. Desde o ano passado, o Porto do Açu passou a ter como foco petróleo e derivados, aproveitando a localização estratégica no Norte do Rio de Janeiro, o que facilita a ligação do empreendimento à malha de transporte e campos produtores.
Em julho deste, o Porto do Açu chegou a assinar um contrato de parceria com o Porto de Antuérpia Internacional (PAI) – subsidiária da autoridade portuária da Antuérpia e segundo maior porto da Europa. A parceria reúne a experiência de mais de 200 anos do PAI na operação e desenvolvimento de um complexo porto-indústria com as oportunidades que o Porto do Açu oferece, como ser um complexo portuário privado, operacional e com retroárea disponível.
Otimizar logística é destacado pela Prumo
A Prumo afirma que o Porto do Açu tem potencial para se tornar a ferramenta para otimizar a logística das empresas do sudeste brasileiro, tanto para escoar sua produção quanto para importação de insumos e recursos. O empreendimento trabalha com a perspectiva de Distrito Industrial.
Com vias estruturadas para a movimentação de cargas dos mais diversos tamanhos, o distrito irá contar também com um Condomínio Logístico com pátios e galpões modulares, além de espaços para projetos built-to-suit (construído para atender os interesses do locatário, já pré-determinado), com oferta de serviços compartilhados e opções de serviços pay-per-use (quando o morador paga à parte pelos serviços que usar). Para a empresa, esse é um projeto que poderá atender a demanda dos fornecedores e subfornecedores da indústria de O&G, assim como operadores logísticos e empresas de equipamentos industriais.
Primeiras instalações iniciaram em 2007
As instalações do Porto do Açu iniciaram em 2007, quando a responsável ainda era a LLX logística, empresa fundada pelo empresário Eike Batista, preso na operação Lava Jato. Em operação desde 2014, o Porto do Açu, localizado na zona rural de São João da Barra, conta com um complexo portuário de 90 km². O Açu já abriga empresas líderes mundiais em seus setores e, no 1º semestre de 2017, atingiu dois importantes marcos: recebeu mais de mil embarcações (o mesmo número de todo o ano de 2016) e foi o 4º terminal privado em exportação de cargas, segundo dados da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
Já funcionam no Porto do Açu dois terminais: O T1 (Terminal offshore) dedicado à movimentação de minério de ferro e petróleo, com berços construídos em 3 km de cais. Em operação desde outubro de 2014. E
O T2 (Terminal onshore), um terminal no entorno de um canal para navegação com 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e até 14,5 metros de profundidade, onde operam as empresas TechnipFMC, NOV, InterMoor, Wärtsilä, Edison Chouest, Dome e BP-Prumo. Só em 2016 o T1 movimentou 16 milhões de toneladas. No T1 também está localizado o Terminal de Petróleo (T-OIL), parceria da Prumo com a alemã Oiltanking, em operação desde agosto de 2016.