Jéssica Felipe
21/09/2017 17:41 - Atualizado em 22/09/2017 16:02
Em nova assembleia, realizada nesta quinta-feira (21), servidores, docentes e discentes junto à Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Aduenf), votaram a favor da continuidade da greve na instituição, que completa 50 dias nesta sexta (22). Foram 64 votos pela proposta da diretoria, contra 22, que sugeriram a retomada das atividades no dia 2 de outubro. A greve dos servidores está pautada em três assuntos: o pagamento do salário de agosto e 13º de 2016 (além do parcial de 2017), as condições de funcionamento da universidade, e os casos de insegurança no campus.
A primeira parte da reunião teve três blocos de manifestações orais, onde foram defendidas ideias contra e a favor da greve. Entre as colocações, o professor Marcos Pedlowski, integrante da diretoria, esclareceu que a Aduenf não está defendendo só a questão dos salários. “Há vida nessa universidade, há resistência. O que atinge o futuro dos alunos não é não ter aula, mas sim, não ter ensino de qualidade. É preciso fortalecer esta diretoria”, considerou Pedlowski, que completou parabenizando a presença dos alunos na assembleia.
A professora Angélica Pereira, considerou que a situação atual da UENF é de “total abandono”. Outros docentes fizeram suas colocações, também a favor da continuidade. “Não representamos só esta universidade, representamos uma categoria que luta pelo ensino público”. “Eu acho que a gente precisa pensar na mobilização, abrir espaços de diálogo”. “É muito difícil me convencer em voltar de uma greve com motivação, sem salário. O governo nos destratou esse ano inteiro”. “Não existe universidade gratuita. Nós pagamos, todos nós!”. “Já sabemos que o objetivo do governo é acabar com a universidade pública, mas, isso está claro para a sociedade?”.
Decisão foi tomada em nova assembleia
Decisão foi tomada em nova assembleia
Alguns posicionamentos contra a greve foram apresentados, questionando a resolução dos problemas pautados. “A gente resolve ficando paralisado? Não se fortalece a greve, porque não há participação. O caminho é mostrar o que é a academia”. “Isso não vai sensibilizar o governo. Não dando aula, estamos esvaziando a universidade, e é isso que o governo quer”.
Entre as propostas apresentadas, foram para votação a permanência da greve, com aguardo da divulgação do calendário de pagamentos, prometido na reunião da LOA (Lei Orçamentária Anual) no Rio de Janeiro, e a proposta de retomada para o dia 2 de outubro, com estado de greve. Ambas, incluíram participação no ato de manifestação na Secretaria de Estado de Fazenda no próximo dia 26.
Decisão foi tomada em nova assembleia
Decisão foi tomada em nova assembleia
Decisão foi tomada em nova assembleia
Decisão foi tomada em nova assembleia
Decisão foi tomada em nova assembleia
— A Aduenf está se colocando contra o início das aulas. A Aduenf só está esperando que o Governo cumpra sua promessa de pagamento do calendário. Tanto é verdade que estamos dando 7 dias para que o Governo apresente alguma posição em relação ao pagamento dos professores. Se semana que vem esse calendário for apresentado, tenho certeza que os professores votarão a favor das aulas. Por isso encaminhamos assembleia para uma semana, ou seja, a gente não quer protelar o estado de greve, o que queremos é o pagamento dos salários e retomar as aulas — considerou a presidente da Aduenf, Luciane Silva.
A próxima assembleia foi marcada para o próximo dia 27. Nesta sexta, o Comando de Greve se reuniu para alinhar uma participação neste sábado, no Festival Doces Palavras, proposta paralela, apresentada na reunião.