Paula Vigneron
19/09/2017 13:41 - Atualizado em 21/09/2017 14:30
Após mais de seis meses foragido por suspeita de assassinar a ex-esposa Mônica Gomes Rangel, 29 anos, José Amaro de Souza Cabral, o Zé Baianinho, foi preso e apresentado pela polícia, na manhã desta terça-feira (19), como o executor do feminicídio. Ele teria confessado o crime, segundo a polícia. Mônica foi morta a tiros no dia 10 de março deste ano, diante da filha de 13 anos, no distrito de Vila Nova, em Campos. Ela estava separada de José Amaro havia menos de um mês.
José Amaro foi detido no município de Silva Jardim, no início desta semana, depois de sofrer uma tentativa de homicídio. As informações foram passadas pelo titular da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), Luís Maurício Armond, que apresentou o suspeito em uma entrevista coletiva no final da manhã desta terça.
De acordo com o delegado, José Amaro afirmou à polícia que descobriu um vídeo em que a ex-mulher estaria em um “momento íntimo”, mas não especificou a situação. Ele estaria acompanhado por um filho do casal, de 15 anos, quando encontrou o arquivo no computador. Dias depois, o crime foi efetuado diante da filha de 13 anos. Mônica foi morta com dois tiros de espingarda calibre 12.
— Um dos tiros teria pegado no braço. O outro, nas costas. Ela ainda suplicou pela vida. Foi na frente da filha, que ainda pediu que o pai não realizasse o intento. Mas, mesmo assim, ele realizou. Ele ficou foragido. De anteontem para ontem (domingo para segunda), ele foi capturado em Silva Jardim, após sofrer uma tentativa de homicídio lá. Vamos verificar quais teriam sido as razões de ele sofrer essa tentativa. O tiro teria entrado pelo quadril e saído pelo outro lado. Ele conseguiu sobreviver, procurou socorro médico e foi identificado. Nós o capturamos e trouxemos para cá, finalizando, então, com relação ao homicídio da esposa dele. Ainda vamos ouvi-lo formalmente. Se trata de um caso relacionado a ciúmes — detalhou o delegado.
Em seu relato à polícia, José Amaro teria contado que não esperava encontrar o vídeo. Ele buscava informações sobre cavalos e competições quando localizou o arquivo no computador. “No momento, ele estava com o filho. Eles viram, ficaram chocados, e ele resolveu assassiná-la”, pontuou Armond.
Ainda segundo o delegado, no dia em que Mônica foi assassinada, a filha estava na varanda da casa quando a mãe chegou e o executor estava escondido. Depois do homicídio, o suspeito fugiu para Silva Jardim, onde ele cuidava de animais.
Após ser capturado, ele foi transferido para Campos. Armond afirmou que, agora, o próximo passo será ouvir formalmente o suspeito.
— Essas foram as informações preliminares que ele passou aos agentes. Vamos ouvi-lo com maior acuidade para entender melhor o que aconteceu. Mas, em termos gerais, nossa linha de investigação já estava bem solidificada. Imaginávamos, realmente, que ele teria matado em razão de ciúmes. É um crime passional. Ele imaginou que estava sendo traído porque teria ficado pouco tempo separado. O casamento teria terminado havia uma semana. Então, ele ficou revoltado, não aceitava essa situação e resolveu eliminá-la. Ainda vamos ouvir o filho, que, na época, não entrou em detalhes. Não afirmou esses fatos. Diante do que ele informou, vamos verificar outras pessoas que ele cita e outros fatos que ele aponta — acrescentou Armond.