Campos na luta por direitos LGBT
16/09/2017 19:29 - Atualizado em 18/09/2017 14:18
Menos de uma semana depois de a Folha da Manhã publicar uma matéria falando sobre identidade de gênero, uma boa notícia para a comunidade LGBT. A Superintendência de Justiça e Assistência Judiciária realizou, na última semana, o primeiro atendimento para ingressar na Justiça com uma Ação de Retificação de Registro de Nome e Gênero. Na ocasião, a cabeleireira Walace Rodrigues Pereira, de 36 anos, apresentou na sede do órgão, a documentação necessária para dar entrada no processo para que se torne, legalmente, Paola Rodrigues Pereira, com o reconhecimento do nome social.
— Já sou tratada como Paola há cerca de 15 anos e sou respeitada, mas é claro que a mudança nos documentos me dará muito mais segurança. Evitará, por exemplo, que em muitas situações a referência ao meu nome seja feita como Walace, e não Paola. Será a realização de um sonho antigo e isso me deixará muito feliz — afirmou a cabeleireira.
Segundo a superintendente Mariana Lontra Costa, embora já exista jurisprudência em relação ao caso, o que, em tese, pode facilitar o processo, não é possível afirmar, em média, em quanto tempo haverá uma decisão da Justiça, que poderá até ser contrária e levar à necessidade de se recorrer. Mas a superintendente vê avanços nas decisões judiciais nos Tribunais Pátrios, que nos últimos anos vêm rompendo barreiras e registrando mudanças que atendam aos anseios da sociedade.
— Considero importante a contribuição da Superintendência de Justiça e Assistência Judiciária na realização desse sonho. E mais importante ainda é ajudar na conquista pelo respeito, dignidade e liberdade dos transexuais, já que o constrangimento tem muito a ver com a dificuldade na mudança do nome e gênero nos documentos, o que acaba expondo a pessoa. Portanto, vejo como bastante positivo o avanço da Justiça nesse sentido — afirmou Mariana.
Todos os gêneros da humanidade - A matéria assinada pelo jornalista Aluysio Abreu Barbosa e publicada na edição de domingo e segunda da Folha, na semana passada, trouxe relatos de vida de Renata Melila Duarte, 39 anos, mulher transgênero e do trans masculino Átalo William Barreto Santos, de 20 anos. O texto traçou um paralelo entre as questões atuais, como a retratada na novela “A Força do Querer”, que vai ao ar às 21h na Rede Globo e conta o drama de Ivana, personagem homossexual cisgênero (identificada com seu gênero de nascimento), vivenciada pela atriz Carol Duarte, em conflitos ao se assumir homem trans, a vida real e a abordagem à homossexualidade ao longo da história, lembrando que “como vaticinou o poeta brasileiro Manoel de Barros (1916/2014): “O mundo é sortido, Senhor”. E não é de hoje.” A matéria está disponível no Folha 1. (A.N.) (D.A.)

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