Matheus Berriel
09/09/2017 10:53 - Atualizado em 11/09/2017 13:01
Em greve há 38 dias, a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) não tem previsão para o reinício das aulas. Na próxima quara-feira (13), haverá uma nova assembleia da Associação de Docentes da instituição, que é a maior de ensino superior público de Campos e de região, mas o fim da greve não está na pauta. A informação foi confirmada pela presidente da Aduenf, Luciane Silva.
— Não vamos votar a saída da greve. A pauta será sobre as ações do Comando de Greve e a situação em que continua a Uenf — afirmou Luciane.
Na véspera da assembleia, terça-feira (12), integrantes da Aduenf participarão de um café da manhã no campus da Uenf em Macaé, para estender a discussão sobre a crise das universidades estaduais do Rio de Janeiro. Apesar de terem sido pagos os salários atrasados de maio, junho e julho, ainda não foi quitado o 13º de 2016, bem como parte do de 2017.
Entre os servidores, há uma grande preocupação quanto à inexistência do calendário de pagamentos do restante do ano. Após a homologação do plano de recuperação fiscal, no início desta semana, a secretaria estadual de Fazenda informou, por meio de nota, que está “ trabalhando para efetuar o pagamento” de agosto, que vence no décimo dia útil deste mês.
Na quinta-feira (14), acontecerá, no hall do Centro de Ciências do Homem (CCH), no campus Darcy Ribeiro, em Campos, uma roda de conversa da Aduenf sobre “Autonomia Universitária”, marcando o Dia Nacional de Lutas em defesa da educação pública. O assunto vem sendo bastante discutido dentro da universidade, que não recebe verba de manutenção desde outubro de 2015.
Na visão de Bráulio Fontes, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), a continuidade da greve dos professores e técnicos da Uenf é prejudicial para a luta da universidade. Porém, não deixa de ser justa, devido aos problemas enfrentados não só pelos servidores, mas também pelos bolsistas.
— Na situação atual, nós, estudantes, achamos que não seria o momento de a gente estar em greve. Acreditamos que, com a universidade funcionando, a possibilidade de que a gente saia dessa situação é um pouco maior. A greve é justa, as causas são conhecidas e absolutamente legítimas, mas a gente espera que essa situação se reverta o mais rápido possível, para que, aí sim, quando os campi estiverem com suas comunidades recompostas, a gente siga realizando uma série de atividades para denunciar os maus-tratos do governo com as universidades, não só a Uenf, mas a Uerj e a Uezo também — disse.