Jane Ribeiro
05/09/2017 01:11 - Atualizado em 05/09/2017 14:51
A Comissão de Representação em Defesa do Rio Paraíba do Sul da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) esteve nessa segunda-feira (4) em Campos para discutir, por meio de uma audiência pública, da baixa vazão do rio, no Norte do estado, abordando causas, consequências e possíveis soluções. Problema que tem se arrastado há mais de quatro anos e tem prejudicado municípios da região Norte Fluminense, pescadores e produtores rurais. A audiência aconteceu no auditório do Centro de Convenções da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e foi presidida pelo deputado estadual Dr. Julianelli, além de contar com a participação de autoridades e pescadores da região.
— Discutimos a intrusão salina na foz do rio Paraíba, isso se deve a diminuição da vazão, da transposição em Piraí e ver como podemos diminuir os danos. Esta é uma grande oportunidade para conhecer as diferentes visões do problema por parte dos diversos segmentos atuantes na região e, a partir daí, contribuir para a implantação das medidas mais pertinentes — informou Dr. Julianelli.
Entre os principais temas a serem discutidos estão o avanço da água do mar para dentro do rio, e o próprio avanço do mar sobre áreas do litoral. São João da Barra é um dos municípios que têm sofrido com a salinização. O vice-prefeito, Alexandre Rosa, informou que a prefeita Carla Machado tem se desdobrado para conseguir recursos para a realização da obra de contenção do mar em Atafona. “Há anos que vem acontecendo a degradação do rio e o avanço do mar em Atafona e tem se agravado porque o Paraíba tem perdido sua força. Está acontecendo um assoreamento do rio na Foz, causando prejuízo em várias atividades, principalmente pesqueira. Precisamos que os olhos do estado e do Governo Federal se volte para o nosso município para tentar amenizar porque estamos muito preocupados com o que pode acontecer”, disse.
O Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana foi representado pelo presidente, João Siqueira. “É muita discussão para pouca ação. O comitê é organizado, mas é lento e somos obrigados a seguir as leis de editais e trabalhamos onde estão os recursos. Isso ainda não está chegando às pessoas de forma efetiva. A salvação do rio é em longo prazo e espero que ele se recupere”, disse.
A audiência contou ainda com a presença do reitor da Uenf, Luís Passoni; o secretário de Desenvolvimento Ambiental de Campos, Leonardo Barreto; o superintendente de Agricultura e Pecuária, Nildo Cardoso; além do deputado estadual Bruno Dauaire (PR).