Garotinho e Pezão réus juntos
Aldir Sales 01/09/2017 21:15 - Atualizado em 08/09/2017 15:16
  • Governador Pezão

    Governador Pezão

O ex-governador Anthony Garotinho (PR) e o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) são réus na mesma ação eleitoral movida pelo senador Lindbergh Farias (PT) contra ambos e mais outras oito pessoas em função de campanha negativa contra o petista disseminada por telemarketing e internet durante a campanha ao governo do Estado em 2014, segundo a denúncia apresentada. Na última semana, o desembargador Carlos Eduardo Fonseca Passos determinou o apensamento das contas da chapa formada por Garotinho e o então candidato a vice, Márcio Garcia, para auxiliar na investigação.
— É indispensável aferir se houve registro contábil da contratação das empresas supostamente envolvidas na ação telemática mencionada na petição inicial, também em relação à campanha de Lindbergh Farias, mediante consulta às contas de campanha dos investigados majoritários Luiz Fernando de Souza e Francisco Dornelles e de Anthony Garotinho e Marcio Garcia — relatou o magistrado.
Os proprietários de quatro empresas de telecomunicação também são réus na mesma ação. No despacho, o desembargador destaca que “algumas das empresas contratadas para disseminação das mensagens impugnadas já teriam sido condenadas por prática assemelhada em 2012, nas eleições para a Chefia do Executivo Municipal em Itaboraí (...), que resultara na cassação dos então candidatos majoritários Helil Cardozo e Dr. Audir, o primeiro deles pertencente aos quadros do PMDB”.
Carlos Eduardo também determinou a juntada de cópias da sentença da ação proveniente de Itaboraí e pediu informações sobre as investigações da Polícia Federal para que seja esclarecido se já foram identificados possíveis vínculos entre as empresas envolvidas com a candidatura de Pezão.
Lindbergh sustenta ainda “possíveis ligações pessoais entre Anthony Garotinho e Ulisses Rezende, sendo este último indicado pelo Google como responsável pela contratação de anúncio ofensivo à candidatura” do petista.
A defesa de Anthony Garotinho argumentou que a denúncia configura litigância de má-fé, uma vez que os autores sequer apontam quem seria o responsável pela prática ilícita que atingira a candidatura de Lindbergh Farias e pediu para que seja feita “perícia nas mídias com os registros em áudio dos ataques telemáticos noticiados, de modo a conferir sua autenticidade, identificar possíveis edições e verificar sua similitude com as de gravações unilateralmente apresentadas pelos autores”.
Porém, o desembargador considerou que “a questão da litigância de má-fé será apreciada no momento oportuno” e classificou como “desnecessária” a produção da perícia pleiteada por Garotinho, pois “não há dúvida no tocante ao conteúdo das mídias acostadas”.
A equipe de reportagem entrou em contato com as assessorias de Anthony Garotinho e Luiz Fernando Pezão, mas não obteve um posicionamento até o fechamento desta edição. 

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