Jhonattan Reis
14/09/2017 18:36 - Atualizado em 18/09/2017 15:08
“É um filme que mesclou muito bem o irreal com o real. A direção de Luis Buñuel é perfeita do começo ao fim. É um filme clássico do surrealismo”. O comentário é da médica Sandra Maria Teixeira dos Santos, que apresentou, na quarta-feira (13), no Cineclube Goitacá, o longa-metragem “A Bela da Tarde” (Belle de Jour, 1967). A sessão aconteceu no edifício Medical Center, no Centro de Campos.
Em “A Bela da Tarde”, Séverine (Catherine Deneuve) é uma jovem rica e bonita, porém infeliz. Ela ama seu marido (Jean Sorel), um médico, mas eles não são tão íntimos quanto ela deseja. Ela procura um discreto bordel, comandado pela Madame Anais (Geniviève Page), para realizar suas fantasias eróticas e conseguir o prazer que seu marido não consegue lhe dar. Ela trabalha como prostituta à tarde e à noite retoma a vida de casada.
Antes da sessão, Sandra falou sobre a sensação de “nostalgia” ao apresentara a obra.
— Eu tinha 18 anos quando vi este filme pela primeira vez e, nessa época, eu costumava ir frequentemente ao cinema com um grupo de amigos. Depois das sessões, a gente se reunia nos bares da cidade para debater sobre os filmes. E um debate pós-filme é justamente o que fazemos no Cineclube.
Ainda antes da exibição, a apresentadora da noite voltou a destacar direção, fotografia, figurino e atuação de Catherine Deneuve.
— Figurinos e fotografia são lindíssimos. Gosto bastante da atuação de Catherine, que era conhecida apenas na França e depois deste filme foi lançada internacionalmente — falou ela, lembrando que “A Bela da Tarde” foi vencedora do prêmio Leão de Ouro, no Festival de Veneza, em 1967.
Depois da sessão, o advogado e publicitário Gustavo Oviedo comentou: “Buñuel é um diretor que gosta muito de jogar com esse lado psicológico, de dar muita interpretação nesse sentido. E isso especialmente no que tem a ver com o mistério da alma feminina. Nunca havia visto este filme. Muito bom”.