A fibrose cística é uma doença genética e crônica que atinge os sistemas respiratório e digestório, com incidência média no Brasil de uma para 10 mil pessoas. O Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística foi celebrado na semana passada no país para esclarecer a população sobre a condição, que não é transmissível.
Não existe cura para a fibrose cística, também chamada de mucoviscidose. A doença é caracterizada pela produção de muco mais espesso que o normal, que leva ao acúmulo de bactérias e germes nas vias respiratórias e no pâncreas.
Entre os sintomas mais comuns estão a tosse persistente, muitas vezes com catarro; pele e suor com sabor salgado; infecções pulmonares frequentes, como pneumonia e bronquite; chiados no peito; gordura nas fezes; baixo crescimento e pouco ganho de peso. A gravidade e frequência dos sintomas variam, mas a maioria dos pacientes os apresentam ainda nos primeiros anos de vida.
Com o diagnóstico precoce por meio do Teste do Pezinho, o paciente tem a qualidade de vida melhorada, podendo começar o tratamento logo cedo. O teste, realizado com a coleta de gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido, deve ser feito entre o 3º e 5º dia após o nascimento.
Segundo a pneumologista pediatra, Luciana Monte, coordenadora do Centro de Referência Pediátrico em Fibrose Cística do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), os pacientes têm chegado ao hospital antes mesmo dos sintomas aparecerem, devido ao diagnóstico do Teste do Pezinho.
“Acompanhamos desde cedo, então vamos prevenindo os sintomas. Ainda não existe cura, mas no tratamento a gente fluidifica a secreção e faz fisioterapia para retirar a secreção acumulada, o que minimiza a progressão da doença”, explicou.
O tratamento dos pacientes deve envolver, além de medicamentos, programa de fisioterapia respiratória, hidratação, tratamento precoce das infecções respiratórias e fluidificação de secreções. O acompanhamento é multidisciplinar, envolvendo psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros especialistas. A alteração genética é mais frequente em pessoas brancas. “Não é uma doença transmissível, é genética: o pai e a mãe têm de ter a mutação. Um fibrocístico e outro não podem ficar juntos no mesmo ambiente, porque podem passar bactérias entre si, mas não precisam ficar separados de outras pessoas”, ressalta Luciana. (A.N.)