Jhonattan Reis
05/09/2017 17:23 - Atualizado em 08/09/2017 13:55
O Cineclube Goitacá exibe, nesta quarta-feira (6), o drama americano “Filadélfia” (Philadelphia, 1993), dirigido por Jonathan Demme. Será apresentado pelo jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa. A sessão tem início às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center — localizado à esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro de Campos. A entrada é gratuita.
Na trama, Andrew Beckett (Tom Hanks) é um advogado promissor que trabalha para um tradicional escritório da Filadélfia. Apesar de seu sucesso financeiro e de sua aparência jovial e bonita, Andrew tenta fugir do preconceito não mencionando a verdade sobre sua sexualidade e seu estado de saúde. Depois de descobrirem que ele é portador do vírus da Aids, Andrew é demitido da empresa.
Ele, então, contrata os serviços de Joe Miller (Denzel Washington), um advogado de pequenas causas que se revela homofóbico. Durante o julgamento, este homem é forçado a encarar seus próprios medos e preconceitos.
Aluysio explicou que a escolha do filme partiu da ideia de homenagear Jonathan Demme, que morreu em abril deste ano, devido a complicações relacionadas a um câncer de esôfago.
— Esta é mais uma das sessões póstumas que faço, sendo em homenagem a pessoas do cinema e de fora dele, mas que foram temas de filmes ou cujas obras literárias foram adaptadas com sucesso para o cinema. Exibi, por exemplo, “Quando Éramos Reis” (When We Were Kings, 1996), pela morte do pugilista Muhammad Ali, “Furyo, Em Nome da Honra” (Merry Christmas, Mr Lawrence, 1983), de Nagisa Oshima, pela morte do cantor e ator David Bowie, e “A Viagem do Capitão Tornado” (Il viaggio di Capitan Fracassa, 1990), pela morte do diretor Ettore Scola — disse Aluysio, continuando:
— Em relação a Jonathan Demme, a minha única dúvida era se escolhia “Silêncio dos Inocentes” (The Silence of the Lambs, 1991) ou “Filadélfia”, mas acabei optando pelo segundo. São dois filmes muito impactantes. “Silêncio dos Inocentes” é uma obra muito conhecida. Deu Oscar de Melhor Ator a Anthony Hopkins, que interpretou um personagem que virou ícone pop, o Hannibal Lecter. “Filadélfia” também é outro grande filme, cuja temática gira em torno do homossexualismo e da aceitação social da orientação sexual.
De “Filadélfia”, o apresentador da noite destacou direção e atuações.
— O trabalho de Jonathan Demme é espetacular nesta obra. É um filme sem falhas a nível técnico, muito bem amarrado. Conta, ainda, com interpretações brilhantes. Tom Hanks, que, com justiça, ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Ator, e Denzel Washington, também brilhante, são os principais. Mas “Filadélfia” tem, ainda, outro grande ator, o Jason Nelson Robards Jr., já em final de carreira, fazendo muito bem o chefe desse escritório onde o personagem do Tom Hanks trabalhava, e Antonio Banderas, um galã, interpretando um homossexual, o que chama atenção.
O jornalista acredita que “Filadélfia” dará um bom debate pós-sessão.
— O filme foi feito em 1993, quando a realidade era um pouco diferente e esta questão de gênero não era tão discutida. Hoje, há novelas e outros meios de entretenimento falando sobre o tema, mas antes não havia. Acho que esta é uma boa oportunidade de ver como esta questão era debatida há quase 30 anos. Acho que é um filme que questiona muito essa coisa de: o que a empresa em que trabalho tem a ver com o que faço na minha vida pessoal, no meu horário de lazer? — questionou.
Aluysio lembrou, também, que a obra foi baseado em fatos reais.
— É uma história bem forte. Não vou contar o final do filme para não estragar a sessão, mas se trata basicamente da luta jurídica desse personagem. Agora, importante dizer que a definição dessa batalha jurídica, na história real, tem um desfecho oposto ao do filme.