Jhonattan Reis
01/09/2017 17:37 - Atualizado em 08/09/2017 13:53
O autor campista Gildo Henrique lança seu livro “O Segredo do Capitão Garrafa e Outras Histórias”, publicado pela Editora Autografia, na próxima quarta-feira (6), às 15h30, na Bienal Internacional do Livro Rio, no RioCentro, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A obra também será lançada durante o Festival Doces Palavras (FDP!), que acontece entre os dias 20 e 24 de setembro, no quadrilátero histórico (Liceu de Humanidades de Campos, Jardim do Liceu, Casa de Cultura Villa Maria e Câmara Municipal), em Campos.
“O Segredo do Capitão Garrafa e Outras Histórias” contém narrativas em relação a meados da década de 1960, tendo como cenário Tócos, 17º Distrito de Campos. No livro ainda há o texto integral da peça teatral de mesmo nome, encenada em novembro de 2011, no Teatro do Sesi Campos, com direção de Fernando Rossi. A obra conta com capa do designer Genilson Soares, prefácio do teatrólogo, jornalista e professor Orávio de Campos Soares, ilustrações de Gildo e fotografias da estreia da peça.
De acordo com Gildo Henrique, o lançamento na Bienal Internacional do Livro Rio acontecerá no Stand P18 do Pavilhão Verde. Ele contou que são boas as expectativas para quarta.
— Eu me sinto muito feliz em lançar este livro, pois já era um projeto antigo e que eu não tinha muito tempo para fazer. E as pessoas me cobravam o lançamento dele. Até que eu terminei mais uma graduação e, com isso, tive mais tempo. Logo comecei a resolver o que precisava para poder finalmente fazer o livro. É uma obra que tem histórias que mexem muito comigo, que me fazem lembrar da minha infância, da minha região, da Baixada da Égua — ressaltou o autor.
Gildo explicou, ainda, que são seis contos presentes no livro: “O Segredo do Capitão Garrafa”, “Tinenti”, “Jovinha Doida”, “Filatelia”, “O Cinema, a Lupa e o Tempo” e “Um Pé de Tamarindo”.
— “O Segredo do Capitão Garrafa” foi premiado no Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho, em 2010. Trata-se de uma metáfora de preocupações ambientalistas, com ênfase na degradação da Lagoa Feia, a segunda maior do Brasil, ao mesmo tempo em que revela a inocência da puberdade de garotos. Escrever esse conto foi um processo demorado e lindo. Grande parte das ideias para o texto surgiu quando eu estava sentado às margens da Lagoa Feia, em 2003 — comentou Gildo, continuando:
— “Tinenti” foi outro marco para mim. Escrevi este conto exatamente no dia em que Tancredo Neves, presidente eleito e não empossado, morreu, em 21 de abril de 1985. Foi uma reflexão que fiz sobre essa passagem do governo militar para o governo civil. O texto recebeu menção honrosa no Concurso de Contos do Jornal A Cidade, nos anos 1980. “Jovinha Doida” é uma personagem marcante em Tócos. Foi uma mulher que surgiu sem paradeiro e sem parentes e que caminhava pelas ruas e cercanias do distrito. O texto, escrito em 1989, recebeu premiação no Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho, em 2014.
O autor ainda falou sobre os outros três contos presentes em “O Segredo do Capitão Garrafa e Outras Histórias”.
— “Filatelia” foi escolhido para publicação pela revista Correio Filatélico da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. É um texto que faz uma reflexão sobre colecionadores. Como digo, objetos de uma coleção são como tijolos de uma obra interminável. “O Cinema, a Lupa e o Tempo” é uma homenagem ao dono do cinema de Tócos, seu Jair. Escrevi na época que ele faleceu. Já em “Um Pé de Tamarindo”, falo do que senti quando voltei para Campos, em 2003, e fui ao local onde era uma aldeia que eu brincava quando criança. Quando cheguei lá, encontrei uma usina, sendo que a única coisa que tinha sobrado lá era um pé de tamarindo — relatou Gildo.