Conta chega para quem vendeu o futuro
18/08/2017 10:25 - Atualizado em 01/09/2017 13:33
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Investigação
A falta de responsabilidade do casal Garotinho com o município de Campos ao firmarem a “venda do futuro” com a Caixa Econômica Federal, com valor total de aproximadamente R$ 1 bilhão em empréstimos, finalmente chegou às mãos do Ministério Público Federal (MPF). O órgão encaminhou à Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro a necessidade de investigar a ex-prefeita Rosinha por improbidade administrativa e descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Lava Jato, CPIs, Chequinho, calçadas do Centro, fantasma das ambulâncias e agora a “venda do futuro”. As investigações sobre a ex-prefeita só têm acumulado nos últimos tempos.
Fraude
O presidente da Câmara de Vereadores, Marcão Gomes (Rede), chegou a afirmar que o contrato foi uma “fraude”. Vale lembrar que o pedido de investigação inicialmente foi feito pelo procurador da Casa, Robson Maciel Junior, responsável pela fundamental intervenção jurídica junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Turma (TRF-2) para reverter uma liminar da Caixa que permitia ao banco cobrar do município valores absurdos das Participações Especiais e dos royalties do petróleo.
Potencialidades
Mesmo com todos os seus problemas e limitações, a agricultura e a pecuária de Campos tem contribuído decisivamente para a posição alcançada por Campos na geração de empregos formais no Estado do Rio. No primeiro semestre, entre contratações e demissões, o município foi o primeiro colocado entre 92 municípios, gerando saldo positivo de 1.763 vagas num momento de crise, quando cidades importantes como Macaé, Duque de Caxias, Petrópolis, Nova Iguaçu e Duque de Caxias e a própria capital registraram saldo negativo de vagas.
Celeiro
Daí ser absolutamente pertinente a disposição do superintendente de Agricultura e Pecuária, Nildo Cardoso, em fazer de Campos um celeiro de produção de alimentos para abastecer a região e até outras cidades a partir da criação um polo agroalimentar no antigo prédio da Ceasa. Entre outras iniciativas está também a retomada do projeto de criação de aves com o apoio da Uenf. Com sua vasta área territorial que lhe confere a posição de maior município do Estado em extensão, Campos compensa o clima quase semiárido com riquezas que vai de uma extensa rede de canais, rios e lagoas, além de uma gente guerreira e trabalhadora que conhecem bem a terra onde cultiva.
Sem ilusões
O leilão da folha de pagamento que permitiu ao governador Luiz Fernando Pezão o pagamento dos servidores de maio, junho e julho, mas não livrará o Estado do Rio de suas aflições de caixa. O secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, disse que não há garantia alguma quanto ao pagamento dos salários de agosto. Trata-se de um ingresso pontual de receita, nada além de algo que permita ao Estado um fôlego mais consistente com receitas estáveis e melhores perspectivas aos servidores. Nem o governo, muito menos sua maioria de deputados na Alerj, topam rever as desonerações fiscais, que poderiam gerar essa musculatura financeira de que tanto urge o Estado.
Na pauta
Setores do empresariado campista querem que o assunto relacionado ao Código Tributário Municipal volte à pauta do dia. O projeto foi aprovado pela Câmara de Vereadores no final do ano passado, mas barrado na Justiça por estar eivado de inconstitucionalidades. As lideranças do comércio, principalmente, queixam-se da forma como o Código foi discutido (ou não discutido com a sociedade), mas empurrado goela adentro pelo governo passado.
Nas alturas
O governo refez as metas do déficit fiscal de R$ 139 bi para R$ 159 bi. Enfim, essas cifras bilionárias são o tamanho do “rombo” do governo. A coluna lança mão das aspas porque simplesmente não existe rombo, mas uma manipulação do governo que serve para ocultar as verdadeiras causas das aberrações que permeiam a administração da política macroeconômica do país. A primeira das causas remete a posição do governo em manter intocáveis as pornográficas taxas de juros que remuneram o setor financeiro, que consomem mais de 45% do Orçamento do País.
José Renato

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