Aprovada na Câmara Municipal, na sessão do dia 8, a instalação do ponto biométrico no serviço público de Campos, nesta terça-feira (15), teve uma relevante modificação. Inicialmente restrito aos servidores concursados, será válido também aos comissionados (DAS) e aos temporários (RPAs). Mais justa, a ampliação do controle ao trabalho dos servidores foi comunicada ontem, publicamente, numa matéria da Prefeitura. Nela falaram o procurador-geral do município, José Paes Neto, e André Oliveira, secretário de Gestão de Pessoas e Contratos. Agora, o prefeito Rafael Diniz (PPS) fará a mudança por decreto.
Três dias após oposição
Ocorre que a inclusão dos DAS e RPAs no ponto biométrico já havia sido proposta pela oposição na Câmara. E foi recusada pelo vereador Cláudio Andrade (PSDC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que alegou “vício de iniciativa”. Entendimento jurídico à parte, não havia vício lógico. Ainda assim, não pode ir nem a plenário, provocando a abstenção da oposição, que apoiava a medida de controle de ponto, mas queria ampliá-la a todos os servidores. Esta coluna registrou o fato no último sábado (12), não sem lamentar: “A bem da municipalidade, foi realmente uma pena”. Levou três dias para o governo concordar.
Baixas no HFM
Na sexta (11), uma matéria da Folha1 anunciou em primeira mão o corte nos salários dos RPAs, pagos naquele mesmo dia. À reportagem, a administração municipal alegou que a redução no vencimento havia sido “previamente conversada junto aos órgãos, através de reuniões”. Pois ontem (15), quatro neurocirurgiões do Hospital Ferreira Machado (HFM), contratados em regime de RPA, negaram que tenha havido qualquer aviso. E por não aceitaram fazer o mesmo dos concursados, ganhando menos, se demitiram. Com isso, o maior hospital do município perde os plantonistas de neurocirurgia da quinta, sábado e domingo.
Reações distintas
Também na sexta passada, esta coluna fez questionamentos ao comportamento dos servidores e do governo. Os servidores que fingiram enxergar apenas as críticas à categoria, responderam com comentários raivosos. Por outro lado, seus colegas mais esclarecidos viralizaram em grupos de WhatsApp a última nota daquela edição do “Ponto Final”, na qual se advertia a administração. Ontem, quatro dias depois, o governo recuou para incluir DAS e RPAs no ponto biométrico, enquanto os quatro neurocirurgiões se desligavam do HFM. Como estes o fizeram alegando falta de diálogo, talvez não faça mal repetir aquela última nota:
“Solução, não problema
A certeza do que precisa ser feito tem que ser apresentada com didatismo e paciência, sem tropeço no salto alto da arrogância. O servidor tem que ser encarado (e se ver) como solução, não parte do problema. Uma administração que se elegeu pela fluidez da comunicação com a população, inclusive os servidores, que votaram em peso em Rafael, mais do que nunca precisa de diálogo. Caso contrário, como adverte Daniel Day Lewis como protagonista do filme ‘Lincoln’, para quem sabe onde quer chegar, mas ignora haver um pântano no meio do caminho, só saber a direção correta pode significar um mergulho no lodo”.
Le Canton
Enquanto isso, o roteiro de outro filme vai sendo escrito com o concorrido hotel Le Canton, em Teresópolis, como cenário. É para lá que, entre os dias 25 e 27 deste mês, dois ônibus com integrantes do Clube dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, mais acompanhantes, saem da Planície Goitacá rumo à serra fluminense. Oficialmente, o objetivo é participar da Convenção da Federação das CDLs. Extraoficialmente, se trabalha para lançar a pré-candidatura do empresário Marcelo Mérida, ex-presidente da entidade, a deputado federal.
A conferir...
Como prova de força, a caravana campista quer estar entre as maiores do evento. Neste sentido, a CDL-Campos estaria disposta a arcar com despesas de R$ 70 mil, entre transporte e parte das hospedagens. Mérida está no PSDB, mesmo partido de Mauro Silva, ex-vereador e ex-líder do governo Rosinha Garotinho (PR) na Câmara. Mas poderia ir para uma legenda menor, como o PHS, cujo presidente local é Wainer Teixeira, ex-secretário de Rosinha. Na política de classe, o grupo estaria trabalhando para fazer de Orlando Portugal, outro ex-secretário rosáceo, o novo presidente da CDL em Campos. A conferir...