Saúde em estado de greve
10/08/2017 10:20 - Atualizado em 15/08/2017 15:25
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Falta o que?
Um dia após aprovação pela Câmara de Campos de projetos envolvendo servidores, como implantação de ponto biométrico e substituição remunerada, servidores públicos da Fundação Municipal de Saúde (FMS) decidiram, em assembleia, decretar estado de greve. Outra assembleia está marcada para a próxima quinta-feira, a partir de 18h, para tratar de uma possível paralisação mais ampla. E novas manifestações estão sendo agendadas, inclusive uma, já na próxima segunda-feira.
Trabalho do reitor
Como a Folha revelou, nesta quarta-feira (9), em seu noticiário e nesta coluna de opinião, o reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Luis Passoni, teve no dia anterior, no Rio de Janeiro, uma agenda cheia entre secretaria estadual de Ciência e Tecnologia, Faperj e Alerj. E voltou com algumas novidades. Entre elas, a informação de que o Governo do Estado estava prestes a contar com um aporte financeiro, a partir do leilão da sua folha de pagamento para um banco, que permitiria pagar os salários atrasados de maio e junho.
Ironia e descrença
Tão logo essas informações do reitor foram divulgadas, ainda na terça (08), pela Folha1, passaram a ser ironizadas nas redes sociais, por quem acredita, não sem razão, que as promessas poderiam ser tentativas de desmobilização da greve da universidade definida pela Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf), na última quinta (03). Diante do não pagamento dos salários de maio, junho e julho, a decisão da paralisação foi inquestionável, como esta coluna enfatizou na edição de terça. Tanto que, neste mesmo dia, aderiram ao movimento grevista os servidores administrativos da universidade e da Faetec.
Ver para crer
Com base no descumprimento das sinalizações anteriores do governo Luiz Fernando Pezão (PMDB), manter a greve da Uenf como instrumento de pressão, mesmo diante das novas promessas feitas ontem, foi tática inteligente. O ver para crer, como São Tomé, foi endossado ontem nesta coluna. E o mesmo se fez com as tentativas de negociação do reitor. Por mais que seu ideário político se afine a quem lhe critica, Luis Passoni tem que lidar com a prática, sempre mais complicada, sobretudo quando se trata da burocracia estatal brasileira.
Errado de fora
Na prática, o fato é que ontem, menos de 24horas após Passoni adiantar a informação, o Bradesco foi anunciado como vencedor do leilão da gestão da folha de pagamento do Estado do Rio pelos próximos cinco anos. A partir disso, o banco pagará R$ 1,3 bilhão ao Estado, já na semana que vem. O dinheiro, segundo anunciou o jornalista Anselmo Góis, em O Globo, será usado para regularizar o pagamento de maio, junho e parte de julho dos servidores. Como se vê, quem resiste e quem negocia são flancos complementares da mesma vanguarda, na luta pela manutenção e reabertura da Uenf. Nela, errado é só quem está de fora.
Falta o que?
Há quem se pergunte o que mais falta acontecer dentro da Câmara de Campos. Na sessão de ontem, a confusão por conta da conduta de um assessor da vereadora Linda Mara demonstrou que nem todos estão preparados para assumir um cargo público, mesmo esse vindo através da nomeação para um cargo de confiança. Existe a famosa frase que diz “roupa suja se lava em casa”, mas, em se tratando de Casa de Leis, a roupa suja a ser lavada deveria ser os anseios da população e os assessores parlamentares deveriam apenas estar preocupados com esse objetivo no auxílio de seus vereadores.
Elogios
Apesar de toda confusão, o projeto de lei enviado pelo prefeito Rafael Diniz (PPS), que oferece benefícios a micro e pequenas empresas, rendeu elogios tanto da bancada de oposição quanto de situação. O projeto foi aprovado por unanimidade e prevê a desburocratização para a abertura e fechamento desses tipos de empresa, melhores taxas de localização, obras, emissão de guias de recolhimento, entre tantos outros benefícios. Agora é esperar a sanção do prefeito para que a Lei passe a vigorar. É mais um passo na direção da independência econômica dos royalties do petróleo.
José Renato

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