Funaro confirma propina por silêncio
31/08/2017 21:56 - Atualizado em 01/09/2017 17:01
Em depoimentos no acordo de colaboração premiada, o operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro confirmou à Procuradoria Geral da República (PGR) que o empresário da JBS, Joesley Batista, pagou para que ele permanecesse em silêncio. Funaro firmou recentemente um acordo com a PGR e seus depoimentos devem ser usados para embasar uma nova denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer (PMDB) por obstrução de Justiça e organização criminosa. A informação é do jornal O Globo.
A compra do silêncio de Funaro, agora confirmada, já havia sido revelada por Joesley no acordo de colaboração premiada que ele firmou em maio deste ano. O empresário entregou à PGR a gravação de uma conversa com Temer em que narrava pagamentos para que Funaro e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) não fizessem delação, o que poderia complicar a vida do presidente.
Na gravação, Joesley narra uma série de crimes cometidos por ele a Temer, que apenas ouve e, em alguns momentos, chega a concordar com os atos praticados pelo empresário. “Tem que manter isso, viu?”, disse o peemedebista ao ouvir Joesley dizer que “estava bem com o Eduardo”, quando o empresário deu a entender que estava realizando pagamentos para evitar uma delação de Cunha.
Em depoimentos aos procuradores, Joesley Batista e outro executivo da JBS, Ricardo Saud, também narraram pagamentos a Lúcio Funaro. A irmã do operador, Roberta Funaro, chegou a ser presa, em maio, pela Polícia Federal depois de ser flagrada recebendo R$ 400 mil de Saud em um táxi, em uma ação controlada da polícia com base nos acordos de colaboração da JBS. (S.M.) (A.N.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS