O advogado José Paes Neto está de volta ao cargo de procurador geral do município de Campos. A nomeação foi publicada Diário Oficial desta terça-feira. Aprovado no concurso público da Câmara de Vereadores em 2012, José Paes e os demais concursados foram convocados pelo presidente da Casa, Marcão Gomes (Rede), e tomaram posse apenas no último dia 18 de agosto, após anos de batalhas jurídicas com a última legislatura, que protelou o chamado por questões políticas.

José Paes se afastou da Prefeitura no dia 17 deste mês, um dia antes da posse. De acordo com o procurador da Câmara, Robson Maciel, o período de estágio pode ser suspenso, de acordo com o Art. 7º-C da Lei 8688/15.

Durante o discurso de posse, o advogado falou em nome dos colegas e se emocionou ao pedir desculpas aos aprovados e seus familiares pela disputa política que atrasou em cinco anos a posse.

— Foram cinco anos de angústias, de muitas frustrações. E, agora, o momento é de vitória. Antes dos agradecimentos, presidente, quero pedir, sinceramente, a cada um de vocês desculpas por todo este transtorno. Vocês (se dirigindo aos aprovados) foram vítimas de uma disputa política que não era uma disputa de vocês. Foram vítimas de uma perseguição que não era dirigida a vocês. Mas que causou muito estrago na vida de cada um. Vocês foram vítimas da submissão de um político a um chefe que, infelizmente, faz de tudo e mais um pouco para passar por cima de seus adversários. Mas, felizmente, este momento acabou. Ele não consegue mais passar por cima de seus adversários. E hoje são seus adversários que estão aqui de maneira democrática, empossando e garantindo o direito de todos vocês. Eu gostaria de pedir desculpas, também, aos pais e familiares de vocês. A gente sabe que muito mais que a dor de cada um de nós, foi a dor deles — concluiu.

No início do ano, em reunião com um grupo de aprovados, Marcão reafirmou a intenção de convocar os concursados ainda no primeiro semestre deste ano. O encontro aconteceu no dia 17 de março e reuniu 14 dos aprovados. Apesar de diversas decisões judiciais nos últimos anos, o ex-presidente da Câmara Edson Batista (PTB) nunca convocou os aprovados. A validade do concurso expiraria em novembro, mas atendendo ao pedido do Ministério Público, o juiz Leandro Cajueiro chegou a suspender todos os prazos do certame e determinou a convocação dos aprovados. (A.S.) (S.M.)