As forças de segurança da Venezuela praticaram "maus-tratos" e "torturaram", de forma "generalizada e sistemática", pelo menos 5 mil manifestantes e detidos, denunciou a Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (8).
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apresentou um relatório preliminar sobre a situação na Venezuela, a partir de 135 entrevistas com testemunhas realizadas à distância – a partir da Suíça e do Panamá – diante da recusa do Governo venezuelano em acesso ao país.
A partir das entrevistas, as primeiras feitas à distância pela ONU, fica evidente que desde que começou a onda de protestos, em abril, a Venezuela aplicou um "padrão claro" de uso excessivo de força contra os manifestantes da oposição.
O documento cita a Guarda Nacional Bolivariana, a Polícia Nacional e as polícias locais.
"Milhares de pessoas foram detidas arbitrariamente, muitas delas foram vítimas de maus tratos e inclusive de torturas. E não há indícios de que essa atuação vá acabar", denunciou em um comunicado o comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein.
"A responsabilidade das violações de direitos humanos que estamos registrando se referem aos mais altos níveis do governo", disse Al Hussein.