A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira a Operação Nômades, com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em fraudes à Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), na qual era sacado o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a popular aposentadoria, de idosos fictícios. Os agentes federais cumpriram dez mandados de busca e apreensão e nove mandados de condução coercitiva no distrito de Santa Maria, em Campos. A ação desta segunda foi um desdobramento da Operação Registru, ocorrida no início do ano passado também no município de Campos, na qual suspeitos emitiam certidões falsas.
No decorrer das investigações, a Polícia Federal descobriu que uma associação criminosa, formada por três irmãos de origem cigana, utilizava documentos falsos, em nome de pessoas fictícias, para obter, de forma irregular, benefícios de prestação continuada. O grupo causou prejuízo estimado em cerca de R$ 13 milhões à Previdência Social. Parte do dinheiro obtido com as fraudes foi localizado em contas de “laranjas”, resultando no bloqueio judicial de R$ 6,6 milhões desses suspeitos.
Operação Registru - Deflagrada em abril do ano passado, a operação apurou a emissão irregular de certidões de nascimento tardias pelos antigos responsáveis pelos cartórios de registro civil das localidades de Travessão e Vila Nova, também em Campos, sem que houvesse o cumprimento dos requisitos legais; bem como a utilização de tais documentos junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A estimativa foi de que 300 certidões tenham sido emitidas irregularmente. Através do documento eram emitidos CPF e Carteira de Trabalho para obtenção irregular de benefícios de aposentadoria. A quadrilha gerou um prejuízo estimado em R$ 20 milhões à Previdência Social. (A.N.)