Paula Vigneron
28/08/2017 16:08 - Atualizado em 29/08/2017 14:11
A menina Valentina Gonçalves Ferreira, de um 1 e 7 meses, morta na tarde desse domingo (27), foi enterrada nesta segunda-feira (28), no cemitério do Caju. A criança teve febre e uma crise de convulsão na última sexta-feira (25) e foi levada para o Hospital Geral de Guarus, onde morreu após outra crise convulsiva. Na unidade, Valentina fez exames e recebeu cuidados médicos, mas não havia neurologista de plantão. A causa da morte da menina ainda não foi divulgada.
Mais de 100 pessoas se reuniram na despedida de Valentina. Familiares passaram mal durante o velório, que aconteceu em uma igreja no km 8, em Guarus. No local, Amauri Fagner Viana Santos, casado com a avó da menina, contou que, no início da noite de sexta, a criança teve febre, ainda em casa. Em seguida, ela foi encaminhada ao hospital. Ele acompanhou o desenrolar dos fatos na unidade.
— Quando que a febre foi estabilizada, a gente conseguiu socorrê-la o mais rápido possível. No caminho, dentro do carro, ela deu uma crise de convulsão. Nós já estávamos próximos ao HGG e conseguimos socorrê-la a tempo. No hospital, o quadro clínico dela foi estabilizado, em relação à convulsão. Quando estava tudo mais calmo, os médicos fizeram uma bateria de exames (sangue, urina, raio-X) e, depois, foi feita a segunda bateria para confrontar com a primeira. As duas deram ok. Não apresentaram nada. Aí, ela ficou, por um tempo, na emergência da pediatria, em observação, e acharam melhor deixá-la internada — explicou.
Na madrugada de sexta para sábado (26), Valentina não teve novas convulsões. “Disseram que eles estavam apenas esperando o parecer de um neuro. Até então, não sabíamos se, ali, tinha ou não neuro de plantão ou de sobreaviso em casa”, relatou. Mas, no final da tarde de sábado, o quadro da menina piorou, com outra crise. Ela foi reencaminhada à emergência da pediatria, onde houve nova estabilização do estado de saúde da criança.
Criança foi sepultada no cemitério do Caju
Criança foi sepultada no cemitério do Caju
Criança foi sepultada no cemitério do Caju
— Ontem (domingo), por volta de 11h, 11h30, ela teve outra crise convulsiva. Foi mais grave. A equipe médica se reuniu para tentar reanimá-la. Eles fizeram massagem cardíaca, colocaram balão de oxigênio, aparelhos. Tudo que puderam fazer, eles fizeram. A massagem, pelo que pude acompanhar, deve ter levado em torno de uma hora e meia, duas horas, até o resultado do óbito — detalhou. Após a morte de Valentina, Amauri procurou a equipe do hospital para conversar. Na conversa, foi informado sobre a ausência do neurologista no momento do fato.
O corpo de Valentina foi liberado direto do hospital, sem passar pelo Instituto Médico Legal (IML). Por meio de nota, a Prefeitura de Campos afirmou que “a superintendência do Hospital Geral de Guarus (HGG) informou que, desde que a criança deu entrada no hospital, na última sexta, foram adotados todos os procedimentos necessários para elucidação diagnóstica e estabilização do quadro da paciente”.
Ainda em nota, a assessoria assegurou que “está sendo encaminhado para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro Noel Nutels (Lacen/RJ), o material sanguíneo coletado da referida paciente para conclusão de diagnóstico. No momento, não será necessária quimioprofilaxia, já que a paciente não possuía, inicialmente, indícios clínicos para tal, segundo o setor de Vigilância em Saúde e corpo médico do Hospital Geral de Guarus (HGG)”.