Uenf discute permanência da greve em assembleia
Paula Vigneron 15/08/2017 14:24 - Atualizado em 17/08/2017 13:18
Representares se reuniram para assembleia
Representares se reuniram para assembleia / Paulo Pinheiro
Estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e técnicos-administrativos da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) se reuniram, na manhã desta terça-feira (15), em nova assembleia para discutir a permanência da greve. O encontro aconteceu na sede da instituição de ensino superior um dia após o governo do Estado afirmar que fará o pagamento dos salários de maio, junho e julho até esta terça. E, também nesta manhã, servidores da Faetec participaram de um ato, no Centro da cidade.
Durante a assembleia, foi destacada a necessidade de fortalecer o movimento — cujas necessidades, para os servidores e alunos, estão além da quitação dos salários e se relacionam a questões de segurança, calendário de pagamento e soluções que garantam o funcionamento — por meio de idas às ruas, conforme tem acontecido em atos recentes. Nas últimas semanas, representantes dos três segmentos da universidade participaram de manifestações em Campos e no Rio de Janeiro, junto a membros de outras instituições públicas estaduais, como Uezo, Uerj e Faetec, que também estão em greve.
Presidente da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf), a professora Luciane Silva afirmou que esta é a maior crise pela qual passa a universidade que, nesta quarta-feira (16), completará 24 anos de fundação. Para ela, a questão, a partir de agora, é pensar sobre os próximos passos da luta, pelo resto do ano, para tocar a instituição.
— É importante ressaltar que essa greve não é de uma (universidade) estadual. E ela nos fortalece na medida em que conseguimos avançar juntos nas decisões, nas negociações. Nós, da Aduenf, acreditamos que sem a luta, sem a pressão, sem a mobilização, realmente nosso caminho é ceder e ficar sem custeio e sem salários — disse. Para ela, a situação da educação de nível superior faz parte de uma crise seletiva elaborada pelo governador Luiz Fernando Pezão porque ele “tem condições de manter os salários, e essa é uma escolha para fazer o processo de desmonte da educação pública, da inovação, da ciência e da tecnologia”.
O representante do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj), Cristiano Peixoto, relembrou que, no final do ano passado, foi feita uma reunião com o governador Luiz Fernando Pezão. Na ocasião, o gestor informou que tinha somente sete folhas de pagamento para este ano. Diante das palavras de Pezão, o técnico analisou o cenário no qual está inserido a Uenf:
— É, mais ou menos, o que está se configurando. Quando falamos, lá atrás, que poderíamos ficar, este ano, sem receber salários, alguns tacharam de terrorismo. Então, vai outro terrorismo, se for o caso: provavelmente, pode ser o nosso único recebimento de agora para frente. No máximo, o 13º. Estamos conversando com algumas pessoas que sinalizaram isso. Tomara que estejam errados. Mas, se vamos receber alguma coisa agora, tenham uma boa gestão do que vamos receber porque pode ser esse o cenário.
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Na próxima sexta-feira (18), haverá uma mesa, na Uenf, às 9h, para dar continuidade aos debates sobre a instituição de ensino em um ato ampliado e aberto.
Faetec nas ruas — Servidores da rede Faetec participaram de uma manifestação no calçadão de Campos. Eles questionam a falta de pagamento do 13º salário de 2016 e de repasses de verbas estaduais às unidades, a não ampliação a todos os funcionários públicos no Polo de Perícia da secretaria de Estado de Educação (Seeduc) e o desmonte dos serviços públicos. O ato foi realizado em parceria com o Sindicato dos Bancários.

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