Jane Ribeiro
10/08/2017 20:22 - Atualizado em 12/08/2017 12:40
Os médicos lotados em todas as unidades da rede pública municipal de saúde estão sendo convocados para uma Assembleia Geral Extraordinária, nesta sexta-feira (11), às 19h, onde deverão discutir os problemas enfrentados pela categoria. A reunião deve decidir também adesão ou não ao movimento dos servidores que optaram pelo estado de greve na última quarta-feira (9). No mesmo ritmo, na tarde de ontem, funcionários da Vital Engenharia Ambiental, responsável pela limpeza pública, também ameaçaram parar.
Segundo o presidente do sindicato dos médicos, José Roberto Crespo, existe a possibilidade da categoria também entrar em estado de greve.
— Os médicos estão trabalhando como podem. Não há reposição de insumos e equipamentos para o atendimento à população, as condições de trabalho são precárias, não há segurança nas unidades. Chegamos ao limite. Sabemos que esse problema não é de agora, que vem de muitos anos, mas também não podemos fechar os olhos para o problema que afeta a categoria e a população — declarou o presidente.
Na outra ponta - Servidores da saúde de Campos já tinham decidido, em assembleia realizada na última quarta-feira (9), pelo estado de greve. O motivo é a mudança da carga horária implantada pela Prefeitura. Com manifestação marcada para a próxima segunda-feira (14) em frente à secretaria de Saúde e caminhada até a sede da prefeitura, servidores convocaram uma nova assembleia, para tratar uma possível greve, na próxima quinta-feira (17). O vice-presidente do Siprosep, Fábio Almeida, informou que somente a próxima assembleia vai decidir se haverá uma greve.
— Os servidores querem o que é de direito como o cumprimento das cargas horárias exigidas nos concursos e a revisão dos projetos aprovados pela Câmara — informou o sindicalista.
Em nota, a Prefeitura informou que até o momento, o município não foi comunicado oficialmente sobre a greve, como determina a legislação. “A Prefeitura tem estado aberta ao diálogo com os servidores municipais, inclusive os servidores da saúde e, entendendo sua importância, tem priorizado as demandas e pagamento em dia destes, mesmo diante das limitações financeiras que o município tem passado”.
Na tarde de ontem, funcionários da Vital Engenharia Ambiental ameaçaram paralisar os serviços, caso não fosse efetuado o pagamento de julho. A equipe da Folha esteve, na empresa, mas não conseguiu contato. Diante da ameaça, a Prefeitura informou que tem mantido diálogo com a concessionária e, durante reunião ontem, ficou acordado que os pagamentos seriam feitos até hoje. A Prefeitura informou ainda que está sendo negociado a redução de despesas, sem alterar na qualidade do serviço oferecido à população. Esta redução pode girar em torno de 20% a 30%. O município tem buscado manter todas as contas em dia e desta forma são necessárias estas readequações que visam diminuir o déficits municipal que gira em torno de R$35 milhões, quando no início do ano representava cerca de R$ 50 milhões.