Abandono no Jóquei é motivo de queixas
Matheus Berriel 04/08/2017 21:45 - Atualizado em 07/08/2017 13:45
As luzes estão apagadas. Os urubus sobre os refletores sinalizam a presença do lixo, espalhado por todo o terreno onde funcionava a sede do Jockey Club de Campos. Na pista do Hipódromo Lineu de Paula Machado, que recebeu corridas históricas nos áureos tempos da planície goitacá, o matagal é a prova concreta do abandono, que ao longo dos últimos anos vem incomodando os moradores do Jóquei.
Em 2011, a sede do Jockey Club teve que ser leiloada por conta de dívidas com contribuições previdenciárias. Na ocasião, um grupo formado por sete empresários arrematou a área de 170.000 m², que inclui o hipódromo e a sede social, pelo valor de R$ 4.550.000,00, vencendo uma disputa com a MRV Engenharia. Como ainda cabiam medidas protelatórias, houve uma batalha jurídica, vencida pelos empresários em setembro de 2013, quando o pedido de nulidade da arrematação foi negado pelo juízo da 2ª Vara Federal de Campos.
Desde então, o local está jogado às traças. De acordo com o comerciante Bruno Alves Peçanha, de 29 anos, que trabalha em uma loja próxima ao Jockey Club, é comum ver crianças pulando os muros pichados da antiga sede após saírem da Escola Municipal Professora Wilmar Cava Barros, que funciona em frente.
— Trabalho aqui há mais de dez anos. Isso aí está abandonado há muito tempo. Vejo muitas crianças da escola subindo nos muros. Há um risco dessas crianças ficarem atravessando a pista para entrar lá. Fora os mosquitos. Deve ter muita água parada lá dentro quando chove. E as autoridades não estão fazendo nada. É preciso fazer alguma coisa, pelo menos uma limpeza — reclamou.
A equipe de reportagem tentou contato com o advogado que responde pelo grupo de empresários que adquiriu a sede do Jockey Club, sem êxito.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que “o município não pode entrar em área de propriedade particular sem que tenha respaldo legal. Em caso de denúncia de abandono, a superintendência de Postura poderá encaminhar equipe ao local e notificar o responsável legal pelo prédio. Denúncias podem ser feitas pela população através do telefone (22) 98168 3645”.

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