Em assembleia, Uenf aprova greve por tempo indeterminado
Matheus Berriel 03/08/2017 18:58 - Atualizado em 04/08/2017 15:52
  • Assembleia decidiu greve na Uenf

    Assembleia decidiu greve na Uenf

  • Assembleia decidiu greve na Uenf

    Assembleia decidiu greve na Uenf

  • Assembleia decidiu greve na Uenf

    Assembleia decidiu greve na Uenf

  • Assembleia decidiu greve na Uenf

    Assembleia decidiu greve na Uenf

  • Assembleia decidiu greve na Uenf

    Assembleia decidiu greve na Uenf

  • Assembleia decidiu greve na Uenf

    Assembleia decidiu greve na Uenf

Em assembleia realizada no final da tarde desta quinta-feira (3), com quase duas horas de duração, o corpo docente da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) aprovou o início imediato de greve, com adesão de toda a categoria. A proposta apresentada pela diretoria da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf) teve 65 votos favoráveis, além de 51 contrários e seis abstenções. Com isso, as aulas do segundo semestre, que haviam acabado de ser iniciadas, foram suspensas. A greve se estenderá por tempo indeterminado, até que sejam quitadas as dívidas do Governo do Estado com os servidores, que estão sem receber os salários dos últimos três meses e o 13° de 2016.
- Isso representa uma resposta à indignidade com a qual o Governo vem nos tratando, com a falta de pagamento dos salários e cumprimento do calendário que havia sido apresentado até então. Representa também a nossa união com as categorias sem salários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), aposentados e pensionistas, Cultura e Saúde - disse a presidente da Aduenf, Luciane Silva.
Na mesma assembleia, também foi aprovada, por maioria absoluta, a necessidade da reitoria da Uenf emitir um posicionamento institucional sobre a viabilidade ou não das condições de funcionamento da instituição e, consequentemente, de trabalho dos servidores. Ao final, foi formado um comando de greve, que será composto por quatro integrantes do Centro de Ciências do Homem (CCH), dois do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), dois do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) e um do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT), que deverá definir pontos da sequência do movimento. Ficou definida a adesão ao ato que será realizado na próxima terça-feira (8), no Palácio da Guanabara, sede do Governo do Estado, no Rio, com a presença de servidores da Uerj e da Uezo, que já estavam em greve, bem como à manifestação nacional pela educação na próxima sexta (11).
Entre as manifestações de ideias dos professores, alguns pediram mais apoio e sensibilidade dos estudantes. Muitos alunos estiveram presentes na assembleia e aplaudiram os pronunciamentos de docentes contrários à greve. Em determinado momento, houve uma rápida discussão quando um professor pediu que os alunos fossem retirados do auditório caso não fizessem silêncio. Uma estudante rebateu dizendo que os aplausos e ovações representavam a democracia. Como a reunião era destinada aos docentes, os integrantes da mesa permitiram que os estudantes continuassem no local, desde que não se manifestassem.
— Os alunos, em outros momentos, já haviam optado pelas aulas. Acreditamos que essa é uma posição muito pragmática, mas muito imediatista também. Sem bolsa e sem as condições de funcionamento, me parece improvável que a qualidade do ensino seja garantida. A Uenf funciona com laboratórios. Como a professora vai dar uma aula prática se não tem instrumentos? Como vai dar uma aula prática com cupim nos laboratórios, ou sem condições de levar os alunos para fazerem campo na geografia, na biologia? Sem as condições materiais, como fazer uma educação de qualidade? — indagou Luciane.
De acordo com a presidente da Aduenf, provavelmente haverá uma nova reunião dos docentes no próximo dia 16. A expectativa é que, com as manifestações já marcadas, o Governo se sinta pressionado a pagar os salários atrasados. “Há um calendário de venda da folha e do pacote de recuperação fiscal de 60 dias. Quando o Governo nos pagar, nós voltaremos a dar aula. Não temos nenhuma intenção em ficar em greve. Não conseguimos trabalhar, é diferente”, completou. 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS