Depois de encontrar quantidade significativa de petróleo na camada pré-sal no campo de Albacora no ano passado, a Petrobras informou nova descoberta de acumulação de reservas no pré-sal da Bacia de Campos, localizada na área do campo de Marlim Sul.

A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 6-BRSA-1349-RJS (nomenclatura ANP) / 6-MLS-233-RJS (nomenclatura Petrobras), informalmente conhecido como Poraquê Alto, com profundidade final de 4.568m. O poço que identificou a descoberta está localizado a 115 km da costa do Estado do Rio de Janeiro, em profundidade d’água de 1.107m.

A descoberta foi confirmada por meio de dados de perfis, detector de gás, testes de formação a cabo e amostras de fluido. A análise dos dados atuais indica reservatórios carbonáticos com boas características de porosidade e permeabilidade, a 4.420m de profundidade e 45m de espessura com óleo.

Esse resultado, segundo comunicado da empresa, demonstra o potencial de novas descobertas em bacias maduras, com infraestrutura de produção já implantada.

Para o consultor tributário e ex-secretário de Petróleo, Gas e Tecnologia da prefeitura de São João da Barra, Wellington Abreu, o comunicado da Petrobras representa uma ótima noticia para a região, com expectativas de que as operações de prospecção da empresa venham encontrar também petróleo em outras camadas profundas.

—A Bacia de Campos já tem esse campo de Albacora, ao qual agora se soma esse de Marlim. Essas perfurações que vão sendo aprofundadas provavelmente haverão de encontrar petróleo em águas profundas noutros poços como o de Roncador, por exemplo, até porque o trabalho aqui é mais fácil de ser executado porque já existe em nossas plataformas toda uma infraestrutura de perfuração e exploração. São ótimas notícias para nossa região,— comentou.

Wellington alerta também para a opção gerencial do governo quanto à prioridade nos seus investimentos.

— Precisamos, sim, ficar atentos sobre quais serão as prioridades do governo. As potencialidades da Bacia de Campos estão aí, mas queremos que a União direcione seus investimentos para a exploração destas reservas — acrescentou ainda Wellington Abreu. 

Em outubro de 2016, a Petrobrás anunciava a descoberta de petróleo no pré-sal de boa qualidade e com volume significativo, em Albacora, um dos campos gigantes do pós-sal descoberto em 1984, situado a 100 km do Cabo de São Tomé, até então a maior descoberta de petróleo no pré-sal na Bacia de Campos.

Antes, já havia sido perfurado outros poços da camada pré-sal no mesmo campo de Albacora, em junho, uma coluna de 45 metros de extensão abaixo de uma camada de sal de cerca de 500 metros de espessura, com óleo leve de boa qualidade a 4.600 metros de profundidade.

Na época, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, dizia que “a descoberta de petróleo no pré-sal em Albacora é muito importante”, não apenas pelo volume significativo que demonstra existir, mas principalmente por se localizar em um campo onde já há uma infraestrutura de produção, com duas plataformas que atualmente operam no reservatório do pós-sal. “Foi uma descoberta muito relevante no pré-sal em Albacora. Furamos um poço e foi lá abaixo da camada de sal, e foi grande o que a gente achou”, disse Solange. (A.N.)