"O Corte" no Cineclube Goitacá
Jhonattan Reis - Atualizado em 08/08/2017 17:32
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Cena de ENTITY_quot_ENTITYO CorteENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
O Cineclube Goitacá exibe, na noite desta quarta-feira (9), o longa-metragem “O Corte” (Le Couperet, 2005), dirigido por Costa-Gavras. Quem apresenta a obra é o cineasta e publicitário Felipe Fernandes. A sessão começa às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center — localizado à esquina da rua Conselheiro Otaviano com a Treze de Maio, no Centro de Campos. A entrada é gratuita.
Na trama, Bruno Davert (José Garcia) é um executivo francês que perde seu emprego. Mesmo dois anos depois da demissão, ele continua desempregado, o que o leva ao desespero. Decidido a recuperar o antigo cargo, Davert decide matar seu atual ocupante e todos os candidatos que tinham potencial para ocupá-lo.
Felipe Fernandes explicou o motivo da escolha de “O Corte”.
— Sempre que tenho a oportunidade de apresentar um filme no Cineclube, procuro levar uma obra que gosto e que acho que pouca gente viu. Assim também foi com “O Corte” — disse ele, acrescentando:
— E esse filme, apesar de ser uma comédia com humor negro, trata de um assunto muito sério e, infelizmente, muito presente, que é desemprego, a crise econômica. Muita gente acaba perdendo o emprego e segurando as pontas por causa desta crise. E o filme trata desse assunto. É uma comédia com aquela graça meio nervosa.
Da obra, Felipe destacou o trabalho do ator francês José Garcia, a direção e o roteiro.
— A atuação de Garcia é ótima. Sobre o roteiro, que também é de Costa-Gavras e é, inclusive, baseado num livro, acho interessante que ele consegue mesclar assuntos sérios com esse tom de humor, o que funciona muito bem. Às vezes, a gente está dando risada de uma situação que não era para rir — comentou ele, falando, também, sobre o trabalho de Costa-Gavras como diretor.
— Costa-Gravas, que é grego, não é um cara famoso por ter muita técnica. Ele tem uma carreira muito longa e, como diretor, é simplesmente um contador de histórias. Ele constrói um universo e deixa aquilo fluir. Este diretor tem até um certo nome, mas não é um cineasta muito citado. Conheço outras obras dele e, se fosse indicar filmes de Costa-Grava para alguém conhecer, indicaria, dos que eu conheço, “Amém” (Amen), de 2002, “O Quarto Poder” (Mad City), de 1997, e “Z”, de 1969.
O apresentador da noite contou que assistiu “O Corte” pela primeira vez assim que o longa foi lançado no Brasil.
— Foi em 2006. Apesar de este filme ter sido lançado em 2005, só chegou aqui no Brasil no ano seguinte. E esta primeira vez que assisti foi num cinema, no Rio de Janeiro. Lembro que foi uma surpresa. Saí um pouco impressionado do cinema, principalmente por conta dessa questão da comédia, pois este tipo de humor negro me agrada mais. Assistir a um filme que tem assassinato e coisas pesadas e conseguir rir disso, me deixou muito impressionado.
Felipe Fernandes falou, ainda, que enxerga “O Corte” como uma grande crítica.
— E isso em relação ao capitalismo. A maioria dos filmes de Costa-Gravas faz alguma crítica a algo da sociedade. Este longa, que é uma produção francesa, critica o capitalismo com a história desse cara que perde o emprego e, mesmo com um currículo muito bom, permanece na mesma situação por dois anos. É um filme que gosto muito, que credito que pouca gente da região tenha visto e que, com certeza, quem for ao Cineclube assistir vai gostar bastante.

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